A Assembleia Legislativa do Paraná terá, pela primeira vez em 170 anos história, uma mulher como vice-presidente. A deputada estadual Flavia Francischini (União) foi eleita para o cargo, nesta segunda-feira (12), na chapa “Fortalecimento e União do Poder Legislativo”, que tem o deputado Alexandre Curi (PSD) como presidente. A Mesa Diretora da Assembleia é o órgão colegiado responsável pelos trabalhos legislativos e administrativos e a nova composição estará à frente do Parlamento estadual de fevereiro de 2025 a janeiro de 2027.
“Ser eleita vice-presidente significa, para mim, um compromisso renovado com as causas que sempre defendi: o combate à violência, a promoção da inclusão das pessoas com deficiência e a busca por um Paraná mais justo. Sei que esse cargo me permitirá continuar a trabalhar ainda mais intensamente por essas questões, e farei isso com a mesma dedicação e firmeza que sempre guiaram minha atuação política”, assegurou a parlamentar.
Flávia se disse feliz e muito lisonjeada com a escolha e com a maior participação feminina. “A gente sabe o quanto a mulher tem sido cada vez mais prestigiada, tem buscado cada vez mais esse espaço na política. Nós somos 53% da população brasileira. Eu defendo muito a posição de que a mulher tem que estar realmente onde ela se sente bem, onde ela se sente valorizada”, afirmou.
A recém-eleita vice-presidente ressaltou que a mulher tem sensibilidade, equilíbrio e responsabilidade para estar na política e ajudar nas grandes decisões. “Hoje nós somos em 10 mulheres aqui na Assembleia Legislativa, cada qual na sua pauta, cada qual no seu assunto, mas a gente tem, graças a Deus, o apoio dos nossos pares”, disse.
Ela agradeceu a escolha feita pelo presidente eleito, Alexandre Curi. “Ele foi muito inteligente em montar uma chapa contemplando todos os partidos, todos os lados, com duas mulheres. É realmente um pensador e merece estar onde está”, completou.
Segundo o Regimento Interno, nas faltas e impedimentos, o presidente será substituído pelo 1º vice-presidente e, na sua ausência ou impedimento, sucessivamente, pelo 2º ou 3º vice-presidente; o 1º Secretário será substituído pelo 2º Secretário, e na sua ausência ou impedimento, sucessivamente, pelo 3º, 4º ou 5º Secretários. Ocorrendo a vacância de qualquer cargo da Mesa, o preenchimento será da mesma forma. O vice-presidente também substitui o presidente quando este não se achar no recinto na hora regimental do início dos trabalhos, bem como quando tiver que deixar sua cadeira durante a sessão plenária.
A nova Mesa Diretora conta ainda com o deputado Delegado Jacovós (PL) como segundo vice-presidente e o deputado Moacyr Fadel (PSD), como terceiro vice. A primeira secretaria será comandada pelo deputado Gugu Bueno (PSD), com a deputada Maria Victoria (PP) mantida como segunda-secretária, enquanto os deputados Requião Filho (PT), Alexandre Amaro (Republicanos) e Goura (PDT) serão os responsáveis pelas terceira, quarta e quinta secretarias, respectivamente.
Trajetória
Flávia Carolina Resende Jaber Francischini tem 46 anos, é advogada e ex-agente da Polícia Federal. Foi vereadora em Curitiba entre 2020 e 2022 pelo partido União Brasil, quando se elegeu deputada estadual com 41.757 votos.
Neste seu primeiro mandato na Assembleia, preside a Comissão de Redação Final, além de ser vice-presidente da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Pessoa com Deficiência, membro da Comissão de Constituição e Justiça e membro da Comissão da Defesa e dos Direitos da Mulher.
Ela é casada com o ex-deputado federal e estadual Fernando Francischini, eleito em 2018 com mais de 427 mil votos, recorde na história da Assembleia Legislativa. A família ainda conta o atual deputado federal Felipe Francischini, que já ocupou uma cadeira no Parlamento estadual.
É mãe de Fernando e Bernardo, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que motivou o ingresso dela na ação social, inclusive com a fundação do Instituto “Fazer o bem sem olhar a quem”, que atende e orienta famílias carentes a ter acesso ao diagnóstico e orientações sobre o autismo. “Senti a necessidade de representá-los e de ser a voz dessas pessoas”, conta a parlamentar.
Além do foco na questão do autismo, tem como as principais pautas a inclusão das pessoas com deficiências, das pessoas menos assistidas pelo poder público, com atenção a projetos de geração de renda, economia criativa, segurança pública e de melhoria na área da ação social.
Foi agente da Polícia Federal entre 2006 e 2010; esteve à frente da extinta Secretaria Municipal Antidrogas por dois anos; também ocupou os cargos de defensora pública em Brasília (DF), sua cidade natal, e por quatro anos foi diretora de Recursos Humanos do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR).
FONTE: ALEP
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