Nesta segunda-feira (4), começou mais uma campanha em alusão ao Dia Mundial da Obesidade, uma condição em que o corpo acumula gordura acima do normal ao ponto de ter impacto negativo na saúde. Esta campanha é marcada por reflexões sobre o assunto, buscando iniciativas que motivem uma vida mais saudável.
As ações estão alinhadas com a campanha mundial da World Obesity Federation (WOF) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), em parceria com a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica).
De acordo com o Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância – Fiocruz/Unifase) há um quadro preocupante em relação à obesidade infantil no Brasil. Embora exista uma tendência de queda nos números da última década entre as crianças de até 5 anos, o excesso de peso (que inclui casos de sobrepeso e de obesidade) afetou uma em cada 10 crianças brasileiras em 2022.
Diversas campanhas são criadas para que esse número não aumente. Uma delas é a Estratégia de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil (PROTEJA), instituída em 2021 pelo Ministério da Saúde. Trata-se de uma ação brasileira intersetorial que tem como objetivo deter o avanço da obesidade infantil e contribuir para o cuidado e para a melhoria da saúde e da nutrição das crianças. O projeto tem por finalidade unir atores de diversas esferas de poder e de conhecimento, para atuar em conjunto, em prol do cuidado da obesidade.
As ações propostas pela estratégia requerem articulação local para a sua implementação. Neste conjunto de fatores, há a necessidade de envolvimento de setores como os de educação, assistência social, agricultura, segurança alimentar e nutricional, além de desenvolvimento urbano, esportes, câmara de vereadores, entre outros. Todos os que tenham capacidade de planejar e implementar ações capazes de proporcionar ambientes e cidades favoráveis às escolhas e hábitos de vida saudáveis precisam estar em consonância.
Em Guarapuava, uma das iniciativas busca a avaliação de qualidade nutricional dos alimentos consumidos pelos alunos da rede municipal de ensino, que incluem Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e Escolas em tempo parcial e integral. Todos os produtos que compõem a alimentação das crianças são checados antes de chegarem às unidades do Município.
A preocupação com a qualidade dos produtos inicia desde a compra dos alimentos, pensando diretamente na logística e produção das merendas nas unidades. Os cardápios são preparados por nutricionistas, seguindo as especificações do Programa de Alimentação Escolar (PNAE), que selecionam os produtos de acordo com a indicação para cada faixa etária. São frutas, legumes, proteínas, dentre outros alimentos ricos em vitaminas, fibras, e demais nutrientes, que contribuem para o melhor desenvolvimento das crianças na Rede Municipal de Ensino. Além disso, alunos com necessidades alimentares recebem dietas especiais preparadas pelas nutricionistas do departamento.
A diretora do Departamento de Alimentação Escolar, Andréia Turkot, ressalta que o cuidado com as crianças impacta significativamente na saúde delas. Com esse pensamento, conforme reitera, o Departamento de Alimentação Escolar procura promover uma alimentação saudável e balanceada nas unidades de ensino que é um dos fatores fundamentais para combater a obesidade infantil.
“Quando as crianças recebem o cuidado adequado nas unidade de ensino, e esses têm continuidade nas famílias, junto com a higiene adequada, vacinação e acompanhamento médico regular, elas têm chances de crescer saudáveis e se desenvolver de forma plena. Além disso, o cuidado afetivo e a atenção emocional também são fundamentais para o bem-estar das crianças”, salientou a diretora.
Segundo a nutricionista do Departamento de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação, Patrícia Chiconatto, o percurso alimentar para prevenção e enfrentamento da obesidade nas unidades escolares começa com a “oferta da comida de verdade” e com o “descasque mais, desembale menos”, visto que uma alimentação inadequada na primeira infância pode gerar impactos negativos, muitas vezes, duradouros e irreparáveis.
“Garantir o direito a uma alimentação adequada e saudável vai além de ter acesso a alimentos de qualidade, in natura, e minimamente processados. Para comer bem, é preciso também de conhecimento e informações para saber escolher o que irá à mesa e, assim, evitar bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados, ricos em sódio e gorduras, e pobres em nutrientes, particularmente nos primeiros anos de vida. Esse percurso alimentar para prevenção e enfrentamento da obesidade envolve toda a comunidade escolar, composta por estudantes e seus familiares, diretores, professores, colaboradores, funcionários da escola, como as merendeiras e a equipe da alimentação escolar”, destacou Patrícia.
Nessa perspectiva, os cardápios da alimentação escolar são elaborados por nutricionistas para atender às necessidades dos alunos da rede municipal e contém alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, tradições e hábitos alimentares saudáveis das crianças. Por isso, o cardápio atende às demandas nutricionais conforme faixa etária e estado de saúde. As refeições são preparadas com base em alimentos in natura ou minimamente processados, como arroz, feijão, carnes, legumes, verduras e frutas, ou seja, alimentos com baixa densidade energética.
Os ultraprocessados (alimentos com alta densidade energética) como biscoitos, achocolatados, refrigerantes, outras bebidas adoçadas, salgadinhos, guloseimas entre outros alimentos não estão presentes no ambiente escolar.
Outra estratégia consiste na garantia da continuidade do aleitamento materno. Além disso, faz parte do projeto alimentar, favorecer a introdução da alimentação complementar adequada e saudável, seja por meio da oferta de alimentos/refeições ou pelas atividades de educação alimentar e nutricional que mobilizem a comunidade escolar e sejam desenvolvidas dentro e fora de sala de aula.
Conforme explica a nutricionista do Departamento de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação, Simone Conrado, os cardápios são o principal plano para iniciar a alimentação saudável das crianças.
“A obesidade infantil é um problema de saúde pública. Conseguimos controlá-la da melhor forma por meio da proteção e prevenção à saúde, com a promoção de hábitos saudáveis que podem ser adquiridos no ambiente escolar. Os cardápios são formulados para atender os estudantes da melhor maneira possível, oferecendo uma variedade de alimentos e uma alimentação equilibrada que favoreça a prática de bons hábitos alimentares”, expressou a nutricionista.
FONTE: PREFEITURA DE GUARAPUAVA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O que você achou desta matéria???