A única carbonífera em operação no Paraná fica no Norte Pioneiro



Pegar o carro e andar alguns quilômetros é uma sensação que parece ser normal. Mas para quem vai pela primeira vez pelo trajeto de aproximadamente 2 quilômetros e descer mais de 150 metros abaixo da superfície na Carbonífera Cambuí no município de Figueira é uma aventura extraordinária.

 


A empresa é voltada para a produção e comercialização de carvão mineral e já está há mais de 80 anos em atividade. A produção ocorre numa mina subterrânea de onde é extraído o carvão bruto (ROM) que, após passar por processos de beneficiamento em uma planta (lavador de carvão), transforma-se em carvões utilizados nas mais variadas aplicações industriais.

 


Para ir até o ponto de extração é necessária uma autorização, estar com os equipamentos de proteção (EPI) e acompanhamento de profissionais registrados. Recentemente o Inspetor do CREA-PR, Engenheiro Anderson Luis Weiss, o Presidente do CREA-PR, Engenheiro Ricardo Rocha, o gerente da Regional de Londrina, Engenheiro Edgar Matsuo Tsuzuki, e o Presidente da Associação Regional de Engenharia e Arquitetura de Ibaiti – AREA, Engenheiro Dirceu Silveira Bueno Júnior, estiveram realizando uma visita técnica ao local.

 


Diariamente os trabalhadores da mina realizam atividades de perfuração, desmonte, carregamento e escoramento das frentes para a extração do carvão mineral. Numa área de extração equivalente a 1.200 hectares, a produção com explosivos gradualmente está sendo substituída por maquinário específico que reflete numa maior produtividade, melhor recuperação da jazida e com menos risco aos trabalhadores.

 


O Engenheiro Anderson Luis Weiss explica que os trabalhadores realizam ginástica laboral com o acompanhamento de profissionais da área da saúde para garantir as condições adequadas de trabalho. Para acessar a camada de carvão, os trabalhadores atravessam uma rampa com inclinação de 11° por 800 metros. Ao chegar no interior da mina, a altura do teto é de 2,5m, que vai se tornando mais baixo conforme a área de trabalho avança.

 


“Um dos maiores desafios é lidar com as condições geológicas de camada com baixa espessura”, explica Anderson. As escavações devem respeitar uma determinada altura, sendo que em alguns locais chegam a ter 1,50 metros. Outra situação é o dimensionamento dos pilares de sustentação, que são formados pela própria camada de carvão (cuja área acaba variando devido a profundidade da mina).

 


Esses pilares sustentam o maciço rochoso das áreas exploradas em um sistema de malha, conhecido como método de lavra “Câmaras e Pilares” e garantem à estabilidade das estruturas localizadas a 150 metros abaixo do solo. Relógios comparadores, também chamados de extensômetros, medem o comportamento das rochas e monitoram a sustentação da mina, e estão localizados em pontos estratégicos ao longo das galerias subterrâneas. A análise periódica desses relógios são parte essencial dos processos de segurança da operação de mineração.


ATENÇÃO:

Este texto e foto é de conteúdo foi produzido pelo jornalista Marcos Júnior para a Revista 'AREA e seus Municípios'. Caso for reproduzir parcialmente ou integralmente não deixe de citar a fonte


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