Esse conto aconteceu em dezembro de 2009, ou seja antes do meu acidente. Mas é aquela situação que você nunca esquece. Precisava ir até uma cidade do Rio Grande do Sul (934 km de distância), naquela época os celulares não tinham Google maps e nem waze.
Você tinha duas opções para encontrar o caminho. O primeiro poderia comprar um guia de mapas numa papelaria ou o segundo imprimir num site especializado (tipo o da quatro rodas). Por via das dúvidas fiz os dois.
A viagem começou num sol quente de meio-dia. Estrada, estrada e mais estrada. Vendo pontos interessantes (para quem gosta de dirigir é uma aventura). Mesmo parando num posto para cochilo por uma hora e 'esticar as pernas', parecia que não chegava nunca ao destino.
Já eram 3 horas do outro dia. Um baita de um trevo com uma placa que indicavam apenas dois caminhos. E no mapa que eu tinha, os dois destinos apontados eram totalmente contrário do destino final (até parei o carro para ver o mapa).
Algo que sempre tive em mente que a estrada para a capital de Estado deve ter um movimento maior. Então peguei o destino para Porto Alegre (mesmo sendo teoricamente ao contrário do que iria), mas pelo menos teria mais chance de encontrar algum local para informação.
Passados 500 metros (mais ou menos) vi um posto da Polícia Rodoviária. Suspirei aliviado, pois nada mais confiável que uma informação daquele local.
Parei o carro e vi pela janela um policial digitando no computador (imagino que seria alguma ocorrência, pois tinham fotos e relatórios). Todo calmamente a conversa foi exatamente assim:
EU: Boa noite!
POLICIAL: Boa noite (no melhor estilo gauchês)
EU: Preciso de uma informação. Para a cidade tal?
POLICIAL: Este é o carro que o senhor está?
EU: Sim senhor.
POLICIAL: Está na direção correta.
EU: Então é só seguir reto (no auge dos meus 20 anos sempre ouvi esta frase)
POLICIAL (com os seus olhos novamente no computador): O senhor por favor faça as curvas. Pois imagine ter que deslocar uma viatura às 3 horas pelo fato do senhor querer ir só reto.
Eu fiz o que qualquer pessoa sensata faria. Entrei no carro e pensei comigo... Tomou distraído...
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Marcos Júnior é jornalista formado em 2007 e responsável pelo Blog do Marcos Junior que já passou de 15 milhões de acessos
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