A chuva não deu trégua no segundo dia do Carnaval de Curitiba e mesmo assim o público lotou as arquibancadas da Rua Marechal Deodoro para assistir aos desfiles das quatro escolas de samba, na noite deste domingo (19/2). Entre elas, uma estreante e até a mais antiga escola do carnaval curitibano, as agremiações disputam uma vaga no grupo especial.
A apuração do Carnaval de Curitiba 330 anos acontece nesta segunda-feira (20/2), às 15h, no Memorial de Curitiba. O resultado das campeãs deve ser anunciado pela Fundação Cultural de Curitiba entre o final do dia e o começo da noite.
“O Carnaval de Curitiba ganhou dois dias de desfiles na Rua Marechal Deodoro desde a edição de 2019. Com isso, a festa se ampliou para sábado e domingo e as escolas de samba ganharam mais tempo para mostrar suas criações”, destacou a presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro.
Blocos e homenagens
Antes do desfile das escolas passaram pela Marechal vários blocos. Alguns deles prestaram em seus temas homenagens à personalidades importantes da cena cultural e religiosa de Curitiba.
O tema do bloco Ecoorquestra, por exemplo, foi a artista plástica, poeta e contadora de história Efigênia Rolim. A mineira radicada em Curitiba construiu sua trajetória artística usando sucata e lixo como matéria-prima. Em seu trabalho, ela dá vida a papel de bala, latas, caixas e outras sucatas que tira do lixo.
Tambores afro do Pretinhosidade
Em seguida, os tambores do Pretinhosidade esquentaram a rua e o bloco afro curitibano formado na Vila Torres emocionou o público da Marechal Deodoro.
Com muita energia, o Pretinhosidade prestou homenagem à mãe de santo Iyagunã Dalzira que conquistou no final do ano passado, aos 81 anos, o título de doutora na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A homenageada acompanhou o bloco junto com a ala das mães-de-santo. A letra da música entoava palavras de existência e resistência da cultura afro na capital paranaense e também de paz e de amor.
Desfile do Grupo de Acesso
Logo em seguida, a escola Deixa Falar fez sua estreia na Marechal com o enredo Eu sou o samba. A escola abriu o desfile do grupo de acesso. A Deixa Falar foi fundada há apenas dois anos e já cumpriu os requisitos para ingressar na passarela do samba e disputar títulos com as demais agremiações. A contar pela animação dos ensaios, a escola deve surpreender.
Depois veio a Unidos de Pinhais, escola da Região Metropolitana que há muitos anos participa do Carnaval de Curitiba, sempre trazendo diversão e alegria para a capital. O enredo desta vez foi Uma viagem fantástica no mundo da fantasia.
A Escola de Samba Leões da Mocidade também trilhou o seu caminho e percorreu a passarela com garra. Nascida de uma dissidência da Mocidade Azul, ela mantém a sua identidade construindo espetáculos que durante muito tempo a mantiveram no grupo especial. Este ano, a Leões apresenta o tema “Penso, logo resisto, cultura e cidadania nos chãos da periferia”.
75 anos de tradição
A última escola a desfilar e a encerrar os desfiles de 2023 foi a Embaixadores da Alegria, um símbolo do carnaval curitibano, a mais antiga agremiação carnavalesca em atividade e que está completando 75 anos.
A escola foi fundada em 1948 e acompanhou todas as fases do carnaval curitibano. Inicialmente era um bloco pertencente ao Clube Thalia, mas em 1950 se desvinculou do clube e ganhou vida própria.
Para celebrar esse importante marco na história, a Embaixadores apresentou o enredo Folia de Reis. Não se trata de uma alusão à festa folclórica da tradição popular brasileira, mas sim uma homenagem a todos os reis do mundo, a começar pelo Rei Momo. E não só ele - homenagens também ao rei do futebol (Pelé), ao rei do rock (Elvis Presley), ao rei do pop (Michael Jackson) e até a D. João VI como “rei da fartura”.
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