Alunos da Escola Borges de Medeiros participam de oficina de processo criativo

 

Alunos da Escola Municipal Borges de Medeiros participaram na quarta-feira (8) de uma oficina de processo criativo ministrada pela artista visual e escultora Elizabeth Titton. Paulistana de nascimento e curitibana de coração, ela está em Toledo por ocasião do lançamento da exposição “Muirapiranga no Paraná”, de sua autoria, marcado para esta quarta-feira, às 19h, no Teatro Municipal.

O conteúdo ministrado na Sala de Artes do estabelecimento de ensino foi dividido em três eixos: olhar, transformação e pensamento. “No primeiro momento, eu coloco um vaso de porcelana sobre a mesa e peço para as crianças o desenharem da forma como o enxergam. Em seguida, eu quebro esse objeto e reúno as partes, criando uma nova obra. Da mesma maneira, peço para as crianças rasgarem o desenho que fizeram e incentivo para que juntem as partes de forma aleatória sobre uma cartolina”, detalha. “Por fim, eu faço a leitura do trecho do livro ‘Pequeno Príncipe’ que trata da interação do protagonista com um carneiro imaginário. A partir deste relato, eu peço para as crianças desenharem este animal”, complementa.

A professora do 4º ano “A”, Marcia Emerick Mendes, destaca o envolvimento da turma nas atividades da oficina. “Essa experiência foi muito interessante para os alunos, que se sentiram orgulhosos por terem uma artista tão renomada dando uma aula para eles”, comenta.

A exposição – Até o fim de março, o público de toda a região poderá conhecer uma coleção composta por 21 esculturas de 40 cm de altura e 15 gravuras relativas aos estudos dos indígenas do Xingu, as quais oferecem recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual, com etiquetas em braile, colocadas nas bases das esculturas, além do texto do catálogo com o mesmo recurso. Além disso, contará com códigos virtuais (QR code) para todo o material da exposição “Muirapiranga no Paraná”, que levam a um canal da autora no Youtube, onde estão áudios explicativos sobre o processo de criação e texto crítico.

O nome “muirapiranga” é um tributo às árvores, em especial ao pau-rainha, árvore amazônica cuja madeira vermelha remete à cor da ferrugem das esculturas oxidadas. Em razão de sua qualidade e dureza, a árvore também é utilizada para a confecção de instrumentos musicais.

A visitação às obras ocorrerá até 31 de março de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30. A exposição integra projeto aprovado pelo Programa Estadual Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), da Secretaria da Cultura do Estado do Paraná, e conta com apoio do Governo Municipal de Toledo, por meio da Secretaria da Cultura, e da Havan – a produção é da empresa Cultural Office e o logotipo da “Muirapiranga no Paraná” foi criado por Susana Mezzadri.

Itinerância – Antes de chegar a terras paranaenses, o projeto passou pelo espaço expositivo da Fundação Nacional de Artes (Funarte), em São Paulo, onde ficou entre 2019 e 2020, com obras de grandes dimensões, que foram integralmente doadas para o Hospital Pequeno Príncipe Norte, no bairro Bacacheri, em Curitiba, e estão expostas permanentemente no jardim da instituição. A mostra também esteve no Museu de Arte em Cascavel em 2022, com esculturas em miniatura e litografias. A exposição tem proposta itinerante, com previsão de exibição em outros locais do Estado.

Mitologia indígena – A artista quer completar a experiência de perceber o mundo, conforme o pensamento do filósofo francês Maurice-Merleau-Ponty, alertando de que a ciência é sua expressão segunda, pois, primeiro, existem os rios e as montanhas, depois os mapas que as representam, além de refletir sobre a crescente cegueira do homem moderno perante o mundo que habita.

Nas obras há elementos como água, árvores, folhas, flores, peixes, pássaros, nuvens e estrelas que remetem à mitologia das comunidades indígenas do Xingu. “As florestas, sempre tão discutidas e pouco preservadas no mundo e no Brasil, existem para nós como uma realidade? Nós, seres urbanos, em nossa maioria apenas as conhecemos por sua representação. A floresta real não nos é vivenciada. Chega a nós pelas mídias. Talvez por isso não sejamos tocados por todos os apelos contra a devastação e eliminação da vida silvestre, já que temos a impressão de que nunca dependemos dela para nossa sobrevivência?”, indaga Titton.

A artista – Elizabeth Titton é graduada em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR, 1973) e Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap, 1982). Foi diretora do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR), entre 1984 e 1987, e hoje integra o conselho consultivo do espaço. Além disso, é criadora do Espaço Cultural “Pró-Criar” (1988), instituição que ainda dirige.

Nas décadas de 1970 e 1980 frequentou diferentes cursos de aperfeiçoamento artístico e o ateliê de escultura no Centro de Criatividade de Curitiba. Foi professora do Curso Superior de Escultura da Embap e tem ativa participação em diferentes associações e conselhos de instituições que se dedicam à promoção e preservação da arte em Curitiba.



FONTE: PREFEITURA DE TOLEDO

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