ARTIGO 19 – Mas não era o Marcos? – Parte 6

 

A maca ia em rimo acelerado pelos corredores do Hospital Universitário de Londrina. Após alguns dias de greve dos médicos, as cirurgias eletivas voltaram a ser realizadas (LEMBRE AQUI), ainda não em ritmo normal. Imagino, que da greve resultaram algumas exclusões do quadro médico, desfalcando o time.

Dei entrada no Hospital em 16 de julho daquele longínquo 2010. Àquela altura, já marcava no calendário o mês de setembro. Apesar dos quase 3 (três) meses de internamento, ainda teria um longo caminho a percorrer, visto que faltavam algumas cirurgias a serem feitas, sendo as dos dois joelhos e a do fêmur as mais complicadas.

À época a Unidade de Tratamento Intensivo – UTI, o HU de Londrina passou por um surto alarmante de infecção decorrente da bactéria multirresistente “Klebsiella KPC”. Na ocasião foram afetados o Pronto Socorro, a Maternidade e a UTI. Como sou um cara de muita sorte, fui um dos contemplados que acabou contraindo essa bactéria.

Voltando àquela noite de setembro, a maca chegou na porta do Centro Cirúrgico e enquanto esperávamos a sua abertura, os enfermeiros consultavam os exames de raios-x que estavam numa pasta consigo. Não sei se era o efeito do pré-operatório que já começava a fazer efeito, mas um jurava que a chapa do meu exame parecia mostrar dois buracos de balas no meu peito.

A pergunta que eu queria fazer, a médica nos recebeu a fez. Ela olhou para a maca, depois para o raio-x e para os enfermeiros e indagou: “Não era o Marcos que vocês iriam trazer? Já fiz várias cirurgias nele e em nenhum momento ele apresentou algo de errado no peito”.

Os enfermeiros explicaram que com o retorno das cirurgias eletivas, já estavam levando todos os exames dos pacientes agendados para aquela madrugada, o que acabou por misturar meus exames com o de um outro paciente, que nesse caso específico havia sido baleado. Fiquei muito aliviado em saber que não havia tomado dois tiros no peito. rs

Depois de um tempo refletindo, me pego imaginando a médica saindo da sala de cirurgia e dizendo: “Olha, Marcos, a cirurgia foi um sucesso! Mas, não encontramos as balas. De qualquer forma, está tudo certo! Rs”. Brincadeiras e divagações a parte, mas essa cirurgia representou a conclusão de mais uma etapa naquele suplício!

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Marcos Júnior é jornalista formado em 2007 e responsável pelo Blog do Marcos Junior que já passou de 14 milhões de acessos

Um comentário:

  1. Estou acompanhando seu artigo e fico ansiosa para saber do final. Pelos relatos vc sofreu muito, mas Deus estava sempre do seu lado para te proteger e dar discernimento aos médicos para que a sua recuperação.

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