Alunos da rede municipal expõem trabalhos em Feira de Ciências e Engenharias no Amapá



Três alunos da rede municipal participam, na próxima semana, da Feira de Ciências e Engenharias do Estado do Amapá (Feceap), na cidade de Macapá. Entre os dias 21 a 23 de setembro, serão expostos 110 projetos de alunos dos ensinos Fundamental, Médio, Técnico, Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e superior, de instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais. Os estudantes de Londrina viajam nesta segunda-feira (19) às 15h, com suas mães e as professoras Cristina Borba, profissional de Apoio Pedagógico de Ciências da Secretaria Municipal de Educação (SME), e Fabiane Chueire, coordenadora geral do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação da Rede Municipal. A viagem será custeada pela Prefeitura de Londrina.

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Os alunos estudam em escolas municipais e são atendidos pela Sala de Recursos para Altas Habilidades/Superdotação no contraturno. De acordo com a professora Fabiane Chueire, os três estão desenvolvendo seus projetos desde 2021. “Nós propomos aos alunos que pensassem em um problema que os incomoda, algo com o qual eles se preocupem, como uma forma de despertar o pensamento científico e promover um enriquecimento curricular. Um dos alunos tem oito anos e as outras duas tem dez, e eles escolheram temas bastante atuais e investiram muito tempo nos projetos”, afirmou.

Chueire contou que as expectativas estão altas para a viagem. “Estamos extremamente agradecidos pela confiança da Secretaria Municipal da Educação, a expectativa é muito boa de mostrar ao Brasil inteiro o que os alunos de Londrina são capazes de desenvolver. Eu espero que esses alunos continuem nessa discussão, pesquisando sobre esses assuntos, e que possam fazer a diferença no mundo”, disse.

As temáticas dos trabalhos são: “Todos contra o lixo: em defesa dos animais silvestres e marinhos”, desenvolvido por Benjamin Daniel Cruz Coneglian, do 3º ano, que estuda na Escola Municipal Anita Garibaldi; e “Fome e pobreza: impactos da guerra”, feito pelas alunas Larissa Praes da Silva e Kimberlly Kawabata da Silva, ambas do 5º ano da Escola Municipal Leônidas Sobrino Porto.

O trabalho de Benjamin começou porque ele se preocupa muito com detritos que percebia nos lugares próximos de onde mora. “Ele teve a iniciativa de recolher o lixo, pois se incomoda muito com os perigos que isso traz para o meio ambiente. E as meninas estão preocupadas com a fome e a pobreza no mundo, principalmente no contexto da guerra na Ucrânia”, explicou a professora.

Segundo Chueire, a ideia de inscrever os trabalhos na Feceap veio a partir da divulgação do edital da Feira. “Não desenvolvemos os projetos especificamente com esse objetivo, mas quando vimos que haveria esta oportunidade, submetemos os trabalhos dos alunos, e esses foram aprovados para o credenciamento na Feira”, lembrou.

A professora espera também que a viagem proporcione um enriquecimento de repertório para os alunos. “Vai ser muito bom para eles conhecer a cultura e visão de mundo de estudantes de outros estados. A programação ao longo dos três dias de evento vai possibilitar a eles apresentar, mas também assistir às exposições de diversos outros trabalhos, acredito que eles vão crescer muito com isso. E, quem sabe, nossa esperança é que a qualidade dos trabalhos de nossos alunos possa ser levada algum dia a outras feiras, até internacionais”, revelou.

O evento é realizado desde 1992, coordenado pela Secretaria de Estado da Educação do Amapá, por meio do Centro de Atividades em Altas Habilidades/Superdotação, e faz parte do Circuito Nacional e Internacional de Feiras Científicas. Os alunos concorrem com trabalhos de outros estudantes dentro de uma mesma categoria, que são, conforme o edital, para 1º a 5º ano do Ensino Fundamental I: Linguagem e suas tecnologias: Língua Portuguesa e Artes; Ciências humanas: História e Geografia; Ciências Exatas: Matemática; e Ciências Naturais: Ciências. Mais detalhes podem ser conferidos no edital.

Altas Habilidades

Fabiane Chueire informou que, normalmente, os responsáveis e os professores são quem identificam a possibilidade de uma criança ter altas habilidades. “Normalmente, quando um aluno se destaca dos demais, seja por ter uma leitura muito desenvolvida desde pequeno, por ter conhecimentos mais aprofundados em uma área específica, como saber fazer operações matemáticas com muita facilidade ou terminar as atividades mais rápido que os demais, esses podem ser indicadores de que o aluno tem superdotação acadêmica”, explicou.

A professora indicou que, caso os pais ou professores pensem que um aluno possa ser superdotado, eles devem procurar a equipe de educação especial da escola. “A Educação Especial atende alunos com deficiências, com Transtornos Globais do Desenvolvimento e também os com Altas Habilidades/Superdotação”, pontuou.

A equipe da escola, junto aos pais ou responsáveis, segue um protocolo para identificar em qual área a criança se destaca e, se for o caso, encaminhá-la para as atividades de contraturno da Sala de Recursos para Altas Habilidades/Superdotação da Rede Municipal.

Chueire contou que, muitas vezes, os pais ou os próprios alunos têm questionamentos, como o medo de não ser aceitos pelos colegas na escola. “Muitos não gostam de ter de aprender de novo em sala de aula conteúdos que eles já dominam, ou tem medo de não se encaixar. Por isso, é muito importante a equipe de Educação Especial fazer essa identificação e encaminhar os pais para que a criança possa ser fortalecida e se aprofundar ainda mais na área de destaque”, recomendou.

Texto: Débora Mantovani, sob supervisão dos jornalistas do Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina

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