Após a confirmação, no início de julho, de que Toledo receberá uma unidade de pesquisa e inovação em pesca e aquicultura da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), técnicos do órgão estão visitando o município para conhecer a realidade local da piscicultura e, a partir das informações coletadas, iniciar o processo de instalação. Um dos primeiros compromissos da agenda deles foi a visita, na tarde de segunda-feira (29), ao Paço Municipal Alcides Donin, onde foram recebidos na Sala de Reuniões do Gabinete do Prefeito por integrantes do governo municipal, da Câmara de Vereadores, do Instituto Água e Terra (IAT), do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) e do Biopark.
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Liderada pela chefe-geral, Danielle de Bem Luiz, a comitiva da Embrapa/Pesca e Aquicultura também foi composta pela chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, Marta Eichemberger Ummus, pela pesquisadora Fernanda Loureiro de Almeida O´Sullivan e pelo analista Daniel Chaves Webber. Eles permanecerão no Oeste do Paraná por mais alguns dias, pois estarão presentes à Internacional Fish Congress (IFC), que será realizada em Foz do Iguaçu entre quarta e sexta-feira desta semana (31/8 a 2/9), evento para o qual os presentes à reunião foram convidados a prestigiar.
O prefeito Beto Lunitti saudou os visitantes e destacou a importância da instalação desta unidade em Toledo, município que lidera a produção de alimentos no Paraná. “Vivemos em um território que historicamente sempre foi muito aberto à pesquisa e inovação, com laços muito fortes com o cooperativismo e com a produção de proteína animal. Temos aqui um laboratório a céu aberto para os estudos que serão realizados aqui, os quais serão favorecidos pela sinergia intensa entre poder público e iniciativa privada. Com a instalação da Embrapa não será diferente e, da nossa parte, faremos tudo o que estiver ao alcance para viabilizar essa unidade o mais rapidamente possível”, assegura.
Danielle explicou que essa visita está centrada em dois eixos. “A agenda deste primeiro dia é institucional, voltada às esferas do poder público. Amanhã [hoje, 30/8] vamos ouvir o setor produtivo. Também temos muito interesse em formar sólidas parcerias com empresas do setor e as universidades. Essa junção de forças tem o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade da piscicultura em Toledo e região, mas isso requer investimento prévio, pois pesquisa custa caro, mas entrega resultados inquestionáveis”, comenta a chefe-geral. “Nossa ideia é iniciar o quanto antes e, dependendo dos rumos que o empreendimento tomar, vamos ajustando nosso planejamento à realidade. Temos, já aplicado nas cadeias do algodão e do biodiesel, por exemplo, um modelo de custeio via fundo agropecuário que receberá recursos de órgãos públicos e empresas interessadas em estar na vanguarda deste setor. Nossa intenção é replicá-lo também na pesca e na aquicultura”, detalha.
A sede da Embrapa/Pesca e Aquicultura fica em Palmas, capital do Tocantins, onde as condições ambientais são bem diferentes das de Toledo, onde a chefe-adjunto do órgão fez estágio na década de 1990. “Voltando para este município fiquei impressionada em perceber como tudo está melhor, na cidade e no interior. Temos aqui pessoas de valor, que estão comprometidas com o desenvolvimento desta terra e estamos otimistas com o trabalho que será realizado nesta segunda unidade, na qual trabalharemos para buscar soluções para a piscicultura em um clima temperado, bem diferente do da região Norte”, pontua Marta.
Com formação acadêmica em Engenharia Ambiental, o secretário da Infraestrutura Rural e Urbana e de Serviços Públicos, Maicon Bruno Stuani, entende que a presença da Embrapa/Pesca e Aquicultura em Toledo tornará esta atividade mais rentável e sustentável. “Com os melhores técnicos desta área no Brasil trabalhando por aqui, será possível não somente aprimorar técnicas, mas propor debates importantes na área ambiental, o que passa por utilizar melhor nossos recursos hídricos de forma que a captação e o escoamento da água nos tanques de piscicultura sejam realizadas com o menor impacto possível ao meio ambiente”, observa.
O presidente da Câmara, Leoclides Bisognin, primeiro secretário da Agricultura de Toledo, e os representes do IDR e IAT – Gilson Hein e Thaciano Freire, respectivamente – falaram a respeito do histórico da piscicultura no município. Atualmente, os frigoríficos da região abatem uma média de 500 toneladas de tilápia por dia, 1.000 vezes mais que na década de 1980, período em que algumas propriedades começaram a dedicar parte de sua área a esta cultura.
FONTE: PREFEITURA DE TOLEDO