Frutas de Carlópolis ganham mercado internacional



Produtores de frutas de Carlópolis, Norte Pioneiro do Estado, estão conquistando consumidores da Europa e do Oriente Médio. Para chegar a esse mercado, foi necessário provar que a fruticultura paranaense segue boas práticas agrícolas e tem baixo impacto ambiental. Em 2019 a goiaba produzida em Carlópolis conquistou a certificação de Indicação Geográfica e o selo Global G.A.P. (Global Agricultural Practices). Neste ano, os produtores associados à COAC (Cooperativa Agroindustrial de Carlópolis) incluíram a carambola, o abacate, a pitaya, o figo-da-índia e a lichia na lista de frutas com certificação internacional.  Para os produtores, além de novos mercados, o selo é um reconhecimento da qualidade e sustentabilidade da produção paranaense.

Durante o ano passado a COAC comercializou 2.998 kg de carambola, 133.117 kg de abacate, 2.084 kg de figo-da-índia, 5.531 kg de pitaya, 39.014 kg de lichia e 50.340 kg de goiaba. Portugal, Suíça, Inglaterra, Espanha e países do Oriente Médio foram os principais compradores.  A expectativa da diretoria da Cooperativa é que as exportações ajudem a sustentar o preço da goiaba no mercado interno, evitando quedas drásticas quando há superprodução. A expectativa é que as exportações aumentem a partir de 2023, pois a geada do ano passado diminuiu a produção desta safra.



A conquista do selo de certificação de Indicação Geográfica e do selo Global G.A.P. foi o resultado de um esforço conjunto de produtores, cooperativa, prefeitura, Sebrae, Senar-PR, Universidade Estadual Paulista e IDR-Paraná. Durante os últimos anos os produtores passaram por diversos treinamentos para atender às exigências da certificação internacional. As instituições levaram até eles cursos de aplicação de defensivos, manipulação de alimentos, Manejo Integrado de Pragas, primeiros socorros, entre outros. "Nós do IDR-Paraná demos apoio, ajudando a elaborar o caderno de campo no qual o produtor faz todas as suas anotações. Agora, com recursos do programa Coopera Paraná, foi adquirido um software com o qual todos esses dados serão armazenados no celular do produtor, facilitando o trabalho. Com o Sebrae participamos da auditoria que verifica a implantação do Sistema de Gestão de Qualidade que regula as propriedades que estão participando do processo de certificação internacional", contou Luiza Rocha Ribeiro Calixto, engenheira agrônoma do IDR-Paraná.

Controle

Airton José Soares Capote tem 4,5 hectares cultivados com goiaba e nesta safra deve colher 80 toneladas da fruta. Para ele, a certificação melhora o mercado. "É importante porque abre a possibilidade de vender a fruta para outros países. Exportando a gente evita a super oferta no mercado interno e melhora os preços. É uma baita alternativa para os produtores", afirmou o produtor. Ele informou que o mercado externo paga 50% mais que o preço da goiaba praticado no Brasil.

Segundo Capote, quando foi iniciada a aplicação das práticas exigidas pela certificação internacional, anos atrás, houve um estresse, mas hoje elas são feitas naturalmente. "Nos últimos anos melhoramos alguns pontos no processo produtivo como o uso de produtos recomendados, a observação do prazo de carência, questões ambientais, a qualidade da água para o consumo no pomar e nas residências, moradia e uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual)", observou. O produtor disse ainda que a cada seis meses as frutas são analisadas para verificar se não há resíduos de produtos químicos. Além disso, são feitas análises da água consumida no pomar e nas residências da propriedade. Todo esse trabalho é exigido para manter o selo Global G.A.P. 



FONTE: NOTÍCIAS AGRÍCOLAS

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