O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), 1º secretário da Assembleia Legislativa, diz que 2021, o ano que se finda na sexta-feira, 31, foi de ações de combate à pandemia e de debates sobre o novo pedágio a ser implantado no Paraná. “O ano de 2021 foi muito difícil, cheio de tropeços, principalmente na área da saúde, mas também de muito trabalho e aprendizado para lidar com desafios”, disse Romanelli na entrevista à jornalista Paola Mafroin da TV Assembleia
Na avaliação de 2021, Romanelli destacou a criação da Promotoria da Mulher e de vários projetos na defesa das mulheres e de combate à violência de gênero. “Infelizmente somos o terceiro Estado no mapa da violência contra a mulher. E só a mulher sabe o monstro que tem em casa. Temos que reverter este quadro”, observou. Romanelli ainda alertou que “a pandemia ainda não terminou". "Vamos ter que conviver com este mal em 2022. Felizmente, o Paraná priorizou a vacina que salvou muita gente e vamos continuar em alerta”, afirmou.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista. Deputado, 2021 foi um ano em que a Assembleia conseguiu trabalhar em sessões híbridas, todos os projetos foram votados, os sistemas eletrônicos foram atualizados, ou seja, a Assembleia não parou um minuto nesse ano de trabalhar. Tenho que agradecer à imprensa e a toda equipe da comunicação pelo trabalho que realizaram, dando vez ao princípio da transparência. Pudemos de fato transmitir ao vivo tanto as audiências públicas quanto as sessões, isso fez com que a população pudesse acompanhar de forma muito atenta todo o processo legislativo de 2021.
Foi um ano de enormes desafios. Iniciamos o ano com uma expectativa grande de que a pandemia poderia estar já numa fase de maior controle. E para a surpresa de todos, a partir de janeiro, as coisas foram piorando muito, não só o Paraná, mas o Brasil inteiro. Acordamos em janeiro assustados com aquela crise grave na Amazônia, em Manaus, com a falta de oxigênio, e de repente vimos que aquele problema era um problema muito mais amplo até pelo grande colapso que tivemos no sistema de saúde. E essa discussão que permeou muito os primeiros meses do ano toda a questão da pandemia, a questão da necessidade de poder fazer a vacinação da população e de forma eficaz combater a pandemia.
Foi um ano em que os deputados se uniram contra o pedágio
Tivemos grandes desafios a serem superados, como as audiências públicas da Frente Parlamentar do Pedágio que mobilizou a sociedade civil organizada do Paraná, o setor produtivo, a Assembleia Legislativa, todos os deputados e deputadas estaduais. Mostramos a importância desse debate para poder avançar na discussão do novo modelo. Foi um ano em que o Paraná finalmente se viu livre das atuais concessionárias de pedágio, empresas muito mal estruturadas e que não cumpriram os contratos que deveriam ter cumprido.
Ao mesmo tempo foi um ano de devolução de dinheiro, de economia da Assembleia, com sistemas de informações e de processo legislativo mais modernos. Nossa contabilidade fecha no dia 31 e ainda teremos mais repasses ao governo do Estado, devolução de recursos. Já passamos R$ 300 milhões, recursos destinados a diversas áreas, a programas que enfrentaram grandes desafios. Nós contribuímos para a manutenção do programa da tarifa rural noturna com mais de R$ 20 milhões, além dos programas como o Paraná Mais Cidades. São recursos que devolvemos para o tesouro estadual e um diálogo institucional, foram aplicados com obras e ações que melhoram a vida das pessoas. Então foi um processo bem interessante, esse diálogo com o Poder Executivo e também claro com todos os poderes.
A Assembleia também desenvolveu várias ações de interação com a população. As audiências públicas que o deputado já comentou, mas teve também a Assembleia no Enem, Geração Atitude, Semana Acadêmica, a Procuradoria da Mulher completou dois anos e agora mais recentemente a instalação de um posto da Defensoria Pública... São pequenas ações com grandes resultados, quando decidimos criar a Procuradoria da Mulher, não imaginávamos o quanto essa procuradoria é importante. Ela tem uma estrutura mínima de funcionamento, atualmente é a deputada Cristina Silvestri a procuradora e ela, justamente a procuradoria, incentiva a poder fazer com que as câmaras municipais e amplos setores da sociedade se preocupem com as questões dos direitos da mulher, de uma forma bem ampla. Isso, é claro, muito especialmente, os direitos da mulher que são ofendidas, que são lesadas. A violência contra a mulher é um dos temas que mereceu inclusive até o acolhimento da possibilidade durante esse período de pandemia de fazer o boletim online.
O combate contra a violência à mulher fez parte das campanhas institucionais da Assembleia
Tivemos a campanha do sinal do X na mão. Todas as campanhas foram para mostrar o trabalho da Assembleia Legislativa e ao mesmo tempo tratar de temas sensíveis para a população. Nesse caso específico, a violência contra a mulher muitas vezes está dentro de casa. A mulher tem um monstro do lado dela e ninguém enxerga o monstro, só ela sabe com quem está vivendo. O Paraná é um estado, nesse aspecto, culturalmente vergonhoso. Somos o terceiro estado onde mais violência se pratica contra a mulher, normalmente é dentro de casa a violência, então, de fato é uma questão cultural que tem que ser modificada, e claro aos agressores a punição rigorosa que a legislação prevê.
Sobre a Defensoria Pública, em pouco tempo da instalação do posto, muitos atendimentos. Nos nossos planos o posto de atendimento já estaria instalado, mas a pandemia acabou atrapalhando. E agora verificamos, uma simples instalação, o trabalho dos defensores públicos, muda essa qualidade, inclusive para tratar de causas que são coletivas, que são direitos difusos da sociedade. A Defensoria Pública do Paraná é uma instituição nova, ela tem dez anos de criação, foi criada no governo Richa. Eu tenho tido uma boa parceria inclusive como deputado estadual, representando os temas que envolvem a defensoria. E para nós foi uma grande conquista e com muito resultado, ou seja, impressionante a demanda que tem via defensoria com a solução de vários temas. Para nós, é uma satisfação que as coisas estejam caminhando tão bem assim.
Deputado, e que venha 2022 agora. Olha, esperamos que 2022 seja muito melhor do que foi em 2021. Temos que reconhecer que foi um ano cheio de tropeços, muito difícil, como eu disse, vivemos a fase mais aguda da pandemia, ela só começou a diminuir a intensidade após, felizmente, a nossa população tem o hábito da vacina. As pessoas foram se vacinar, são meia-dúzia de negacionistas que se recusam a tomar a vacina, mas a gente sabe, a vacina é que salva a vida das pessoas.
Eu mesmo passei por essa experiência, estava vacinado e contrai a covid, fiquei até internado, mas felizmente me recuperei. A gente sabe que a vacina é a grande forma de proteção, além da utilização das máscaras, dos cuidados todos. A pandemia, infelizmente, ainda não acabou, e a gente está vendo na Europa, nos EUA, um certo agravamento já com outras variantes.
A gente vai ter que se cuidar e aprender a conviver com isso, mas a Assembleia Legislativa não pode parar, aliás nunca paramos de trabalhar. Em 2020 a 2021, cumprimos rigorosamente tudo que previa no nosso calendário, com a criação inclusive para 2021 do sistema híbrido. Ele é misto porque parte dos deputados ficam no plenário, outra parte fica no seu escritório ou ainda nos gabinetes parlamentares, tudo por recomendação do nosso serviço médico. Temos tomado todas as cautelas relativas a isso e quando formos reabrir em fevereiro, também tomaremos uma série de cautelas para preservar a saúde de todos.
FONTE: ASSESSORIA
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