Na última semana o prefeito Roberto Justus participou da reunião da Associação dos Municípios do Litoral do Paraná (AMLIPA), junto a outros cinco prefeitos da região: Marcelo Roque (PODEMOS) de Paranaguá, José Paulo Vieira Azim (PSD) de Antonina, Lilian Ramos Narloch (PSC) de Guaraqueçaba, Rudão Gimenes (MDB) de Pontal do Paraná e José Carlos do Espírito Santo (PODEMOS) de Matinhos. Apenas o prefeito de Morretes, Junior Brindarolli (PSD) não participou do encontro. A reunião foi compartilhada e transmitida online pelas redes sociais da AMLIPA e da Prefeitura Municipal.
O prefeito Roberto Justus comentou o impacto da questão ambiental nos planos de desenvolvimento em sua cidade. "A impressão que a gente tem é que quando defendemos a sustentabilidade, o investimento em infraestrutura no litoral, nós estamos nos colocando em lados opostos daqueles defendem o meio ambiente. E isso não tem nada a ver", enfatizou.
O prefeito trouxe um exemplo concreto de como não consegue dar andamento em algumas questões que, ao seu ver, só trariam benefícios aos cidadãos. "Guaratuba tinha um projeto de 400 casas populares. Custo zero para o município. Ocorreu uma situação de não sair a licença ambiental. Fizemos um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Uma das cláusulas era que o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) iria dar o licenciamento, desde que o parceiro privado realizasse a doação de uma área para a prefeitura. O município recebeu essa área e o IAP foi impedido de dar o alvará. No final, o investidor privado perdeu a área, o município perdeu o investimento, a população perdeu as casas populares e o meio ambiente perdeu aquela área, porque está tudo desmatado e invadido (...) Será que ninguém tem olhos para isso?", questiona o prefeito, que também cita o descarte de esgoto e lixo nos rios, além de ligações irregulares de água e energia elétrica na região.
Enquanto fazia sua análise sobre o interesse de empresários em levar novos empreendimentos a regional, o prefeito fez uma comparação com um termo popular, principalmente em períodos eleitorais: o Risco Brasil. Para o prefeito, se há o Risco Brasil, também ocorre o Risco Litoral do Paraná, já que as dificuldades e incertezas são tantas, que acabam frustrando o investimento e melhorias para as cidades locais.
A discussão continuou enquanto era falado sobre o fato de ser necessário garantir um melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e qualidade de vida para os moradores do litoral. Também foi citada a necessidade do apoio da imprensa em relatar as situações, informando a população e desmistificando algumas temáticas, além do apoio da classe empresarial que pode ser uma aliada na tentativa de superar esses entraves nas sete cidades. Roberto Justus chegou a citar que se sente "fragilizado" ao não perceber um apoio maciço dos grupos sociais em prol das melhorias no litoral.
Outro ponto tocado pelo prefeito foi na questão da falta de peixes na Baía de Guaratuba, devido a quantidade de redes irregulares que operam por lá. "Não há fiscalização. E aí quando a gente faz a denúncia, sabe qual é o retorno que a gente tem? 'Por que que você não vai lá e fiscaliza?". Quer que eu fiscalize, eu fiscalizo, mas me deixe licenciar também. Se a gente não pode licenciar, então por que tenho que fiscalizar? Quem hoje se vale do meio ambiente para impedir o investimento em infraestrutura é quem tem o dever de coibir os danos ambientais da pesca predatória e das ocupações irregulares. E que faça isso de uma forma isonômica e não só de acordo com interesses econômicos, porque é isso que parece", finaliza o prefeito.
FONTE: PREFEITURA DE GUARATUBA
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