Prefeitos do Norte Pioneiro afirmam que o alto custo da praça de pedágio de Jataizinho, explorado pela Triunfo Econorte, isola a região do restante do Paraná. Reunidos nesta sexta-feira, 12, com os deputados na audiência pública em Cornélio Procópio, os prefeitos foram unânimes: a solução para o desenvolvimento do Norte Pioneiro passa pela fechamento da praça de pedágio na BR-369, em Jataizinho, o mais caro do Paraná e o terceiro mais caro do País. O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) aponta que as duas principais rodovias que cortam a região, a PR-092 – que liga o Norte Pioneiro a Curitiba – e a BR-369 – que dá acesso a Londrina – são estruturantes para o desenvolvimento econômico e social do Paraná, mas que cerceiam o progresso e impedem o crescimento industrial das 43 cidades que integram a mesorregião. “O Norte Pioneiro está cercado de pedágios por todos os lados. Não há como escapar. A proposta do governo federal é criar duas praças e incluir um trecho da PR-092 na privatização. Vamos ouvir toda a sociedade paranaense nas audiências públicas, de forma democrática e plural, para definir quais serão as ações para combater essa maldição que representa o pedágio para todos os paranaenses”, disse Romanelli. *Sofrimento —* O presidente da Amunop (Associação dos Municípios do Norte do Paraná), prefeito Amin Hannouche (PSD), de Cornélio Procópio, disse que há 24 anos os municípios da região sofrem as consequências da falta de incentivos atrativos para novos empreendimentos industriais, que geram emprego e renda e fortalecem a economia regional. O prefeito disse que a maioria dos empresários foge da região, por causa dos custos no transporte da produção e buscam se instalar em locais onde as tarifas sejam mais justas ou não haja pedágio. “Há 24 anos estamos pagando essa conta do pedágio e nos sentimos injustiçados pelos valores pagos durante esse tempo”, desabafa. Para Hannouche, o alto custo do pedágio onerou os cofres de todos os que lutam pelo desenvolvimento da região e do Estado. “O ideal seria o governo federal premiar o Norte Pioneiro com a extinção da praça de pedágio de Jataizinho. Mas nem sempre o que a gente deseja é possível. O que pedimos é somente que acabem com o nosso sofrimento, dando fim a essa cobrança absurda ou estipulando uma tarifa justa para o pedágio em Jataizinho”, apela. *"Olhem para o povo!" -* O presidente da Amunorpi (Associação dos Municípios do Norte Pioneiro), Hiroshi Kubo (PSD), prefeito de Carlópolis, avalia que as audiências são importantes instrumentos de debate, para que a sociedade possa conhecer a realidade que está por trás das negociações entre os governos federal e estadual e as concessionárias de pedágio. “Juntos com toda a comunidade regional vamos definir as propostas para o futuro dos paranaenses. Por isso, é importante a representação de todos os setores nas audiências públicas sobre o pedágio”, analisa. O prefeito professor Zezão Coelho (Pode), de Santo Antônio da Platina, um dos municípios onde está prevista a implantação de uma nova praça de pedágio, disse que os esforços entre todas as lideranças da região vão respaldar a Assembleia Legislativa na tomada de decisões. “Esse debate é muito importante e as audiências públicas servem para que todas as pessoas saibam o que acontece hoje e o que pode acontecer nos próximos 30 anos. Precisamos quem defenda os interesses dos municípios e dos cidadãos”. Emocionado, o prefeito Tuti Bomtempo (PSD), de Assaí, fez um desabafo. “Senhores deputados, olhem para o povo! É lamentável o que fizeram com a nossa região. Não temos desenvolvimento, geração de empregos e não conseguimos atrair indústrias por causa do alto custo do pedágio de Jataizinho”. Tuti lembra que muitos municípios da região dependem economicamente de Londrina, que mantém uma relação de recepção e redistribuição da produção regional. “Há 24 anos foi tolhido o nosso direito de ir e vir. Estamos separados por essa porteira, o que faz com que tenhamos o transporte mais caro do país. Deem ao Norte Pioneiro a oportunidade de nos livrar dessa epidemia, que é o pedágio de Jataizinho”.
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