"É um tapa atrás do outro na nossa cara, uma zombaria", reagiu o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) sobre o retorno das tarifas cheias do pedágio nas rodovias do anel de integração. Os valores cobrados pela Econorte, Ecovia e Ecocataratas foram reduzidos em 30% no fim do ano passado como resultado de acordos de leniência assinados com o Ministério Público Federal (MPF) a título de reparação de danos. Esse prazo se encerra nas próximas semanas.
“É um absurdo. Quem vai pagar a conta mais uma vez são os paranaenses. Tenho alertado e criticado a falta de transparência nesses acordos de leniência. É evidente que o prejuízo à economia é muito maior, são duas décadas lesando os usuários de rodovias e impactando em toda a cadeia produtiva. Os valores devolvidos são irrisórios perto do volume desviado”, disse Romanelli.
O deputado reafirmou que os acordos de leniência foram em todos os aspectos benéficos às concessionárias que esperam, dessa forma, se respaldar para participar das novas licitações. “As multas foram irrisórias em relação a tudo o que as empresas já arrecadaram; as obras estão aquém do que o Paraná precisa e, talvez a maior generosidade, as concessionárias asseguraram um salvo-conduto para participar das próximas licitações de pedágio no Estado”.
Tarifas - Para cada empresa, o MPF estipulou um valor fixo a ser devolvido mediante desconto na tarifa. A Ecovia foi determinada a devolver, R$ 100 milhões; a Ecocataratas, R$ 120 milhões e a Rodonorte, R$ 350 milhões.
A previsão é de que a Ecovia já retorne com a tarifa cheia na próxima semana. A empresa deve ainda cerca de R$ 8,2 milhões dos R$ 100 milhões. Com o fim do desconto, para descer às praias usando a BR-277 um carro passará a pagar R$ 21,70, hoje a tarifa é R$ 15,20.
No caso da Rodonorte, as tarifas cheias devem voltar a ser cobradas no início de outubro. A concessionária devolveu R$ 287 milhões dos R$ 350 milhões previstos no acordo de leniência.
Já a Ecocataratas, que explora o pedágio na rodovia que liga Guarapuava a Foz do Iguaçu, volta a cobrar os valores integrais no fim de novembro. A empresa ainda precisa pagar mais R$ 28 milhões, para completar o total de R$ 92 milhões em descontos tarifários.
FONTE: ASSESSORIA
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