O mundo corre contra o tempo para achar uma vacina contra a Covid-19. No momento, há seis promissoras sendo testadas, sendo que quatro poderiam começar a ser produzidas ainda este ano. Para que a pandemia acabe, os especialistas dizem que 60% da população têm que estar protegidos, com anticorpos contra o novo coronavírus. É por isso que a vacina é fundamental para que o mundo volte ao normal.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há 120 projetos de vacina em desenvolvimento, usando diferentes tecnologias. Desses, seis já estão na primeira fase dos estudos clínicos com humanos, alguns encerrarão essa etapa agora em junho, com resultados preliminares positivos. Depois há mais duas fases de estudos clínicos.
— Nunca em momento algum se viu tantas instituições e governos investindo no desenvolvimento de uma vacina. É um negócio fantástico — afirma Akira Homma, assessor científico sênior de Bio-Manguinhos/Fiocruz e um dos maiores especialistas em vacinas do Brasil: — Todo mundo está com expectativa, ainda que tenha que ter muita cautela.
Dentro dessas seis, a empresa de biotecnologia americana Moderna afirmou que oito voluntários vacinados desenvolveram defesas contra a Covid-19 de forma segura. A Universidade de Oxford, no Reino Unido, que desenvolve um imunizante em parceria com a empresa AstraZeneca, também disse que os estudos têm sido “encorajadores” e ressalta que a vacina deles teria baixo custo. As outras candidatas em destaque são da Pfizer/BioNTech, CanSino, Johnson&Johnson e Sanofi/GSK. As quatro primeiras, segundo os analistas, poderiam começar a ser produzidas até o fim deste ano. E as duas últimas, em meados de 2021.
De acordo com Akira Homma, o mais difícil é garantir que, além de a vacina ser eficaz e realmente proteger contra o vírus, ela seja segura:
— Tem que dar tempo para ver o que acontece, se não há reações adversas. E não há dinheiro que compre o tempo.
Existem ainda questões que a ciência precisa responder. Será preciso verificar, por exemplo, se todo mundo que recebe a vacina está mesmo protegido; se idosos e crianças respondem da mesma maneira; se a imunização é definitiva; e quantas doses são necessárias. Só então, com a vacina descoberta e todas essas questões respondidas, será possível saber os laboratórios capazes de produzir e com que velocidade.
— É imprevisível, mas acho que em 2021 o mundo vai ter uma vacina de eficácia razoável. Podemos até ter mais de uma vacina licenciada. Ainda tem muita coisa para avançar — avalia Akira Homma.
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