Demora em autorizar ampliação de controle pode ter causado epidemia

A solução para combater a dengue, desenvolvida pela Forrest Brasil Tecnologia e aplicada de forma pioneira em alguns bairros de Jacarezinho, que agora será ampliada para toda a cidade, poderia ter começado em outubro do ano passado caso a prefeitura tivesse dado autorização. A técnica tem eficiência comprovada e registrou redução de 90% na infestação do mosquito Aedes aegypti nos bairros tratados, poderia ter reflexos positivos em toda a cidade e o atraso na liberação pode ser uma das causas do estado de epidemia registrado agora. 
“Desde outubro do ano passado estamos aguardando a autorização da prefeitura para a prestação do serviço em toda a cidade, mas essa liberação aconteceu somente no dia 10 de janeiro desse ano, quando Jacarezinho já se encontrava em alerta devido à alta infestação mosquito Aedes aegypti. Infelizmente a autorização tem validade de apenas três meses e sabemos que o ideal seria a continuidade desse trabalho por pelo menos um ano. Os ovos do Aedes aegypti sobreviverem até 450 dias fora da água, por isso é importante combater a dengue o ano todo e não apenas no verão”, explica a diretora da Forrest Brasil Tecnologia, Elaine Cristina dos Santos Paldi.  
Esse trabalho não tem qualquer custo para o município e poderia ter começado antes do início da alta temporada de infestação do mosquito, evitando essa situação de emergência. “Só agora voltamos a realizar a soltura de machos estéreis e, em breve, com certeza já teremos índices significativos de redução do mosquito. Temos convicção de que o poder público irá olhar para os resultados e perceber a importância da renovação dessa autorização em benefício da saúde de toda a população de Jacarezinho”, diz a diretora.  

Em 2018, o Projeto Piloto tratou os três bairros que tinham situação mais crítica no município: Aeroporto, Novo Aeroporto e Vila Leão. Ao final do projeto piloto, após sete meses de solturas de mosquitos machos estéreis, o resultado foi a redução de mais de 90% na população de Aedes aegypti na área tratada, sendo que o Levantamento Rápido de Índices de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) chegou a registrar índice zero de infestação do mosquito nos Bairros Novo Aeroporto e Aeroporto. 
No ano passado, o bairro mais crítico era a Vila São Pedro, que recebeu o projeto e depois disso registrou apenas dois casos de dengue, ambos adquiridos fora do bairro. “Hoje temos uma inversão, com novos registros de dengue no Aeroporto e grande redução de infestação do mosquito na Vila São Pedro.” 
A atuação da Forrest em Jacarezinho é considerada um caso de sucesso e os resultados já foram apresentados para outras cidades do Brasil. “Os dados comprovam que a tecnologia, aliada ao trabalho de educação e conscientização da população, contribui para a redução significativa dos índices de infestação do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da dengue, logo, reduzimos drasticamente os casos desta doença na área onde atuamos”, assinala Elaine Paldi.
No entanto ela ressalta que para garantir a sustentabilidade do projeto, é necessário mais um ano de trabalho, especialmente para reduzir os ovos remanescentes. “Com a continuidade do projeto e o apoio da população e do poder público, podemos conquistar uma solução sustentável para combater a dengue e outras doenças relacionadas a esse mosquito”, observa.
Emergência 
No último dia 29, o município divulgou o Decreto 7194/2019 que coloca a cidade em “Situação de Emergência” em razão da infestação pelo mosquito Aedes Aegypti. O documento aponta o aumento no número de casos positivos de dengue no ano epidemiológico 2019/2020. No boletim semestral (agosto/2019 a janeiro/2020) foram 1.326 casos confirmados de um total de 2.294 notificações, que representam aproximadamente 6% (seis e por cento) da população. Somente de dezembro do ano passado até o presente momento, 251 casos foram confirmados, de um total de 779 notificações.
“A ampliação do projeto irá beneficiar toda a população. Iniciamos a soltura de mosquitos machos estéreis no centro da cidade, inclusive na Rua Paraná, que é a que concentra o maior número de estabelecimentos comerciais. Além disso promovemos ações de conscientização da população e dos comerciantes, com visitas da nossa equipe para explicar sobre o trabalho que estamos realizando e orientar sobre os cuidados para evitar a proliferação do Aedes aegypti”, explica a coordenadora do projeto Lisiane de Castro Poncio.
Nesta semana, agentes de endemias do município visitaram os laboratórios da Forrest Brasil em Jacarezinho, onde puderam conhecer todo o processo do projeto Controle Natural de Vetores. “Esse encontro faz parte do programa de integração da empresa com todas as esferas da saúde no município. O apoio do poder público e da população é fundamental para o sucesso do nosso trabalho. Juntos vamos acabar com a proliferação do mosquito Aedes aegypti na cidade”, 
Outras ações que fazem parte do Projeto Controle Natural de Vetores estão sendo intensificadas em toda a cidade. “Além da soltura dos machos estéreis, realizamos exposições em locais públicos, como a que fizemos recentemente na Praça Rui Barbosa. Ministramos palestra sobre o combate à dengue no Consorcio Público Intermunicipal de Saúde do Norte Pioneiro (Cisnorpi), no Sesc Jacarezinho e em escolas municipais”, conta.
A técnica
O município de Jacarezinho foi o primeiro no mundo a usar a técnica natural, que não envolve modificação genética, desenvolvida pela Forrest Brasil. Os mosquitos machos estéreis são produzidos a partir de ovos coletados na região afetada e, posteriormente são soltos na natureza, contribuindo para a redução de novos descendentes, diminuindo assim a proliferação desses mosquitos. O mosquito macho se alimenta apenas de seiva de plantas e, portanto, não pica e não oferece nenhum risco para a população. São as fêmeas que transmitem as doenças, pois precisam do sangue para completar o processo de maturação dos ovos e fazer a postura. Como a fêmea copula uma única vez durante a vida, se a cópula for com um macho estéril então não haverá descendentes. Já se a cópula acontecer com um macho não estéril, uma fêmea pode gerar até 500 ovos, que vão resultar em novos mosquitos.

FONTE: Aline Cambuy – Talk Comunicação




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