A 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho alerta toda a população do Norte Pioneiro sobre o risco do surgimento de casos de sarampo. Embora não existam pacientes confirmados com a doença na região há alguns anos, a situação inspira cuidados e pessoas que se enquadram nos programas de imunização devem procurar o posto de saúde mais próximo.
A preocupação com o sarampo voltou à pauta após o surto que afeta o Estado de São Paulo, associada ao fato de que a cobertura de imunização contra a doença está inferior à considerada ideal, que é de 95% das pessoas protegidas.
Devem se vacinar crianças a partir de um ano de idade e adultos até 49 anos. O sarampo tem transmissão por via respiratória e em casos mais graves pode até causar a morte. A vacina é a melhor forma de combater a doença.
Segundo Ronaldo Trevisan, promotor em saúde da 19ª Regional, a volta da doença está sendo atribuída à migração em massa de pessoas sem imunidade pela falta de vacinação, principalmente Venezuela, e aos baixos índices de vacinação verificados no Brasil. “Há cerca de duas décadas registrávamos uma das melhores coberturas imunológicas do mundo, mas a reintrodução do sarampo com essa magnitude ocorre, primeiro porque a cobertura imunológica vem caindo , em segundo, porque outros países não têm essa eficiência”, observa. Segundo ele, “com o deslocamento de pessoas na atualidade, acaba surgindo esse surto”, assinala.
Ele detalha observando que isso ocorreu na Venezuela há cerca de dois anos. “Depois tivemos problemas em Roraima e agora em São Paulo, que recebe muitos venezuelanos e muitas pessoas de outros países. Se a doença encontrasse a barreira da imunização, não teríamos o avanço”, assinala.
“Infelizmente há algum tempo surgiu um boato em redes sociais associando a vacina a autismo, o que é uma mentira absurda. Não é de hoje que a cobertura vem caindo, muito por irresponsabilidade de alguns pais que não levam os filhos para vacinar. Também tem o fato de que a vacinação ganhou força a partir da década de 90 e algumas gerações anteriores acabaram não sendo imunizadas, ficando suscetíveis ao sarampo. Então, mesmo com o sarampo controlado no Brasil, nós tivemos a volta da doença”, continua.
Trevisan afirma que o Paraná desde o ano passado tem tomado medidas preventivas pela proximidade com o Estado de São Paulo e intensificado as orientações pela vacina, o que evitou o surgimento de casos por aqui. Entretanto, a orientação é que as pessoas que fazem parte da faixa etária abrangida pela vacina contra o sarampo devem se imunizar caso ainda não tenham se vacinado.
Em São Paulo são quase 400 casos registrados da doença neste ano e os números cresceram 70% nos últimos dias, causando temor nas autoridades sanitárias de uma epidemia da doença.
No Norte Pioneiro todos os municípios possuem a vacina contra o sarampo, que também imuniza contra a rubéola e caxumba. De um a 29 anos, a imunização acontece em duas doses, enquanto de 29 a 49 anos é em dose única.
FONTE: Lucas Aleixo - Jornal Tribuna do Vale
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