Monitorar diariamente a frequência dos estudantes e trabalhar de
forma integrada com a Rede de Proteção de Crianças e Adolescentes para
combater o abandono e a evasão escolar. Este é o objetivo do programa
Presente na Escola, lançado nesta segunda-feira (27), em Curitiba, pelo
governador Carlos Massa Ratinho Junior. A solenidade foi no Guairinha,
em Curitiba, com a presença de diretores de escolas estaduais.
Dados da Secretaria de Estado da Educação mostram que, no ano
passado, 89 mil alunos abandonaram a escola no Paraná. A ideia, agora, é
utilizar a tecnologia para criar uma base de dados que vai permitir,
além do controle diário de presenças, a adoção de estratégias
pedagógicas para manter ou trazer os alunos de volta para a escola.
“Criamos uma série de programas, em especial na área de tecnologia,
para assessorar todo o trabalho dos diretores e professores. A evasão
escolar é uma preocupação muito grande e a Secretaria da Educação faz um
trabalho forte para combatê-la”, afirmou o governador. “Queremos que os
alunos estejam cada vez mais presentes nas salas de aula. Esta
ferramente ajuda a ter o diagnóstico diário da presença dos alunos, o
que ajuda na dinâmica da escola e na busca por soluções”, disse.
O combate à evasão também permite melhorar o desempenho do Paraná no
Índice de Desempenho da Educação Básica (Ideb), ressaltou Ratinho
Junior. “É possível criar toda uma rede de trabalho da Secretaria da
Educação que dará um amparo para que o aluno não desista de estudar.
Este programa, junto com outras iniciativas como o Escola Segura,
melhoram o desempenho dos colégios, e automaticamente, nossa nota no
Ideb”, salientou.
O lançamento do programa aconteceu durante a capacitação para
diretores dos colégios dos Núcleos Regionais da Educação de Curitiba,
Área Metropolitana Sul e Área Metropolitana Norte sobre o programa. Ao
longo da próxima semana, os outros núcleos passarão pela formação.
BASES – De acordo com o secretário da Educação e do
Esporte, Renato Feder, cada escola terá um objetivo de frequência, que
dará bases para elaborar ações direcionadas que revertam o quadro de
faltas. “Pelo programa, poderemos medir as razões que levam os alunos a
abandonar a escola. O objetivo é instrumentalizar e apoiar a escola,
além de atuar junto com o Ministério Público e a Rede de Proteção para
resolver esse problema”, disse o secretário. “Oferecemos uma ferramenta
ao diretor, que conseguirá monitorar todo os dias quais séries têm mais
alunos faltosos e quem são eles, para ter uma atuação mais rápida”,
explicou.
A promotora pública Luciana Lindero, do Centro de Apoio das
Promotorias da Criança, do Adolescente e da Educação do Ministério
Público do Paraná, ressaltou que manter o aluno na escola é uma
importante medida para combater a violência e as violações de direito.
“Crianças e adolescentes na escola estão muito mais protegidos da
violência física e social e outros tipos de violação”, afirmou.
“Uma pesquisa feita em Curitiba, em 2017, mostrou que o mapa da
violência bate exatamente com o mapa da evasão e abandono escolar.
Aqueles locais onde as crianças e adolescentes estão fora da escola,
estão mais sujeitos a atos de violência”, explicou.
COMO FUNCIONA – O monitoramento da frequência de
cada aluno será feito pelo aplicativo Registro de Classe, que permite ao
professor fazer a chamada offline pelo celular. Também haverá
integração com o aplicativo Escola Paraná, que envia mensagens diárias
aos pais e responsáveis sobre a vida escolar do estudante. Ao contrário
dos antigos livros de chamada, que levavam até três meses para reunir os
dados dos alunos, essas ferramentas identificam imediatamente se os
alunos estão ou não frequentando as aulas.
Com essa base de dados, serão gerados relatórios diários por escola e
por série, que informam, por exemplo, quais são os 10% alunos mais
faltosos ou em quais turmas há mais evasão. A partir daí, a escola pode
identificar os padrões de faltas e definir ações imediatas e
direcionadas para trazer o aluno de volta.
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