Irrigantes
e auicultores que praticam suas atividades no horário noturno – entre
1h30 e 6h – voltaram a ter desconto na tarifa de energia. Nesta
quinta-feira (04), o governo federal publicou Decreto (n. 9.744/2019)
que restabelece o incentivo que havia sido cortado no fim do ano
passado. “Este decreto é uma grande vitória da Frente Parlamentar da
Agropecuária junto ao governo federal. Fomos incansáveis em encontrar
uma solução efetiva, principalmente para os pequenos produtores
irrigantes, que estavam arcando com aumento de mais de 40% no valor da
tarifa de energia”, destaca o presidente da FPA, deputado federal Alceu
Moreira (MDB-RS).
Segundo
o deputado federal Pedro Lupion (DEM-PR), coordenador de Políticas
Agrícolas da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), chegou-se a
calcular um aumento de 11% no custo de produção. “Isso seria
extremamente grave para os produtores, não só na irrigação, mas falando
do setor como um todo, como os granjeiros e demais produtores que
precisam constantemente de energia”, ressalta.
Lupion
explica ainda que o trabalho da FPA foi de sensibilizar o governo para
um aumento de custo muito grande e que o setor enfrentaria muitas
dificuldades. “Há situações, como no Paraná, de gente que depende da
irrigação para a produção de boi. Em um momento de seca, é mais barato
arrendar áreas que tivessem mais pastagem para comer do que ligar a
irrigação à noite, por causa do custo da energia”, diz.
Entenda –
O benefício já existia há 17 anos, porém, o governo anterior reduziu
gradualmente (20% a.a.) o desconto na tarifa básica de energia que é
dado a todas as unidades de consumo classificadas como rurais. Os
descontos concedidos para irrigação e aquicultura em horário noturno não
foram afetados pelo decreto e continuaram válidos, já que são
garantidos pela Lei nº 10.438, de 2002. A causa do impacto na conta de
energia elétrica dos produtores rurais foi a eliminação da
cumulatividade do incentivo de energia que esses produtores tinham
durante a noite.
De
acordo com o decreto anterior, os descontos na tarifa básica para todos
os consumidores rurais de baixa tensão cairiam de 30% para 24% em 2019,
reduzindo 6% ao ano até 2023, a partir da revisão anual da tarifa de
energia, que varia para cada concessionária. Os valores dos descontos do
período noturno, também chamado de reservado, foram mantidos – 60 a 73%
– contanto que não houvesse mais a cumulatividade com o desconto da
tarifa básica, o que desestimularia a irrigação noturna.
A
medida publicada hoje, regulamenta a cumulatividade de descontos sobre
as tarifas aplicáveis à atividade de irrigação e aquicultura e à classe
rural para os consumidores do Grupo B, que abrange as unidades
consumidoras com fornecimento em tensão baixa. O setor agropecuário
defende que a agricultura irrigada é estratégica para o desenvolvimento
sustentável do país, por isso os incentivos econômicos devem ser
mantidos.
A
irrigação e a intensificação do uso de insumos foram os maiores
responsáveis pelo aumento da produtividade rural nos últimos 40 anos, o
que contribui para a preservação ambiental por evitar a abertura de
novas áreas. Além disso, os agricultores irrigantes geram maiores
números de empregos por hectare e fortalecem o desenvolvimento
socioeconômico do país.
FONTE: Agência FPA (Frente Parlamentar Agropecuária)
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