Operação verifica irregularidades no registro de ponto

 
Um mandado de busca e apreensão de documentos foi cumprido em Cornélio Procópio (Norte Pioneiro) nesta quinta feira (24) no âmbito da Operação Sangria, investigação do MPPR (Ministério Público do Paraná) que apura a prática de crimes de falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistemas de ponto por servidores públicos. O trabalho é realizado pela 2ª Promotoria de Justiça da Comarca, com apoio da Polícia Militar.

Segundo o MPPR, conforme as investigações, as ilegalidades no ponto estariam sendo praticadas por funcionários que atuam na Unidade de Coleta Transfusional da 18ª Regional de Saúde de Cornélio Procópio, da Sesa (Secretaria Estadual de Saúde). De acordo com as denúncias iniciais, que datam do começo de 2018, os servidores, dentre eles bioquímicos, médicos e agentes administrativos, registravam a entrada no serviço, via ponto biométrico, mas depois saíam sem cumprir todo o expediente. Ao longo do ano passado, foi verificado que, em diversos dias do monitoramento, alguns servidores, em horário de serviço, foram a lojas, empresas particulares e para as próprias residências, retornando ao trabalho apenas no final do dia, para registro do ponto.

Dados falsos

A partir da busca e apreensão dos registros de ponto e dos eventuais comprovantes de afastamentos dos investigados, será apurado pelo MPPR se os funcionários não cumpriam os horários de trabalho na forma como consignavam nos registros de ponto biométrico, mesmo recebendo integralmente seus proventos.

Ainda nesta sexta-feira (25), serão ouvidos na Promotoria de Justiça os cinco servidores e o chefe do órgão, responsável pela fiscalização.

Havendo comprovação das ilegalidades, o Ministério Público ajuizará contra os funcionários públicos denúncias pelos crimes de falsidade ideológica qualificada e inserção de dados falsos em sistemas de informática, bem como ações civis públicas por ato de improbidade administrativa, além de remeter o caso à Secretaria Estadual de Saúde, para que instaure processo por infração disciplinar.

Conforme Francisco Ilidio Hernandes, promotor de Justiça de Cornélio Procópio, os documentos apreendidos estão sendo analisados. "Estamos fazendo o contraponto com os relatórios. Se houve uma explicação, não foi localizada a justificativa de afastamento deles nesses dias", afirma. As saídas ocorriam principalmente no período da tarde, ainda de acordo com o promotor. Houve prejuízo nos serviços do banco de sangue, segundo o promotor. "No meio do ano, recebemos reclamações da conduta desses servidores".

A pena para cada crime de falsidade ideológica é de um a cinco anos de reclusão, e para inserção de dados falsos, de dois a 12 anos.








FONTE: Larissa Ayumi Sato- Jornal Folha de Londrina

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