A Polícia Civil divulgou, nesta sexta-feira (21), uma
ligação telefônica em que o professor Laurindo Panucci Filho, assassino
confesso do diretor do campus de Cornélio Procópio da Universidade
Estadual do Norte do Paraná (UENP), Sérgio Roberto Ferreira, 60, pede um
encontro com a vítima. Atraído para a emboscada, Ferreira ainda teria
entrado em luta corporal com seu algoz antes de ser brutalmente
assassinado a machadadas.
Na sala onde ocorreu o homicídio, a perícia encontrou uma carta de
advertência da UENP a Panucci Filho, o que mais tarde seria apontado por
ele como motivação para o crime que chocou o Norte Pioneiro.
De acordo com a Polícia Militar, Panucci Filho deixou a universidade
por volta das 19h30. Ele foi até seu apartamento na cidade, onde segundo
testemunhas permaneceu por pouco tempo e saiu carregando malas.
A PM recebeu informações alertando que o carro do professor havia
passado pelo município de Presidente Prudente – SP e, pouco tempo
depois, num trabalho conjunto com os organismos de segurança do Paraná, a
polícia paulista prendeu Panucci Filho na cidade de Teodoro Sampaio.
O professor foi preso na madrugada de sexta-feira (21) em Teodoro
Sampaio, no interior paulista, e confessou o crime. Uma machadinha suja
de sangue foi apreendida no carro do suspeito durante a abordagem
policial.
A motivação
No interrogatório, conforme o B.O, Panucci Filho confirmou ter ligado
para a vítima depois de ter sido advertido formalmente pela UENP e que
pediu um encontro com ele.
O suspeito disse, ainda conforme o B.O, que comprou a machadinha, por
R$ 19, em uma loja de construção na região da universidade e que a
escondeu na mochila enquanto o diretor não chegava ao encontro.
O professor relatou, ainda, que os dois discutiram e que ele feriu a
vítima depois que ela disse que emitiria uma nova advertência contra
ele.
Lesões
Sérgio foi encontrado na sala onde trabalhava, por funcionários da
instituição. Conforme a polícia, ele levou golpes no crânio, no pescoço,
no abdômen e no joelho. A vítima chegou a ser levada para o hospital,
mas não resistiu.
Os funcionários disseram à polícia que no local havia sinais de
possível luta corporal e também um papel no qual continha uma
advertência para o professor.
De acordo com o delegado Luciano de Souza Purcino, os funcionários
também relataram que o suspeito tinha um histórico de problemas
comportamentais.
O corpo do diretor da UENP, Sérgio Roberto Ferreira, foi sepultado às
17 horas desta sexta-feira (21) no Cemitério Municipal de Cornélio
Procópio.
A universidade decretou luto de três dias em homenagem ao diretor e disse que ele foi vítima de um “possível homicídio”.
Ligação telefônica
Laurindo (suspeito): Alô, Sérgio?
Sérgio (vítima): Oi?
Laurindo (suspeito): Você tá na UENP?
Sérgio (vítima): Não, vim embora. Saí agora há pouco daí.
Laurindo (suspeito): Sérgio, é que eu precisava falar com você. Aconteceu um negócio estranho e eu precisava de esclarecimento.
Sérgio (vítima): Hum?
Laurindo (suspeito): Como que eu posso falar com você? Por telefone vai ser difícil.
Sérgio (vítima): Ah, Laurindo, eu tô em casa, mas eu posso voltar aí. O que que foi?
Laurindo (suspeito): Não, então volta aqui, que eu preciso conversar com você.
Sérgio (vítima): Tá bom, tô indo aí.
Laurindo (suspeito): Tá, obrigado!
Sérgio (vítima): De nada, tchau, tchau.
Durante a última resposta do diretor, é possível ouvir ao fundo uma mulher perguntando: “Vai ter que voltar, Sérgio?”.
No Boletim de Ocorrência (B.O), a família chegou a relatar que o
diretor saiu de casa depois de receber a ligação de um professor da
universidade.
Luiz Bannwart com G1 PR
Assassino atraiu diretor da UENP para emboscada
21.12.18
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Cornélio Procópio
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