A equipe da governadora Cida Borghetti informou nesta segunda-feira
(19) que deixará o Governo do Paraná com um saldo de cerca de R$ 5
bilhões nas contas estaduais, e sem comprometer nenhum recurso do
orçamento fiscal de 2019, estimado em R$ 48,7 bilhões na Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LOA).
Os dados foram anunciados durante reunião das equipes de transição,
realizada no Palácio Iguaçu, com a presença da governadora. No encontro,
ela falou da boa relação entre as partes para a condução da transição.
“As tratativas são feitas com muita responsabilidade, com muito zelo”,
disse. “Caminhamos juntos há muitos anos e temos muita afinidade. O
nosso objetivo, e ponto focal, é o Estado, a população”, frisou Cida
Borghetti.
Cida destacou que a atual administração trabalhou com austeridade
para manter o equilíbrio das contas públicas e que nenhum programa ou
serviço precisa ser descontinuado. Ela também ressaltou o grande volume
de investimentos que estão em execução com recursos do Estado, tanto em
obras urbanas quanto em projetos de infraestrutura rodoviária.
SUPERÁVIT - A governadora reforçou que todas as obras e convênios
assinados e autorizados estão com recursos garantidos no caixa estadual e
que, do saldo total que deverá ficar em caixa, cerca de R$ 2 bilhões
serão de superávit financeiro. Ou seja, o próximo governo poderá dar a
destinação que considerar mais oportuna para os recursos. Além deste
valor, o volume de investimentos públicos para 2019 chega a R$ 7,5
bilhões, conforme projetado na LOA.
O orçamento do próximo ano prevê um acréscimo de R$ 1,9 bilhão nos
recursos destinados para áreas prioritárias em relação a valor aplicado
neste ano. A educação vai receber mais R$ 1,23 bilhão, valor 15,6% maior
do que em 2018. Na saúde, a variação será de 9,4%, com o incremento de
R$ 319 milhões, e na segurança pública a alta é de 8,7%, com ampliação
de mais R$ 330 milhões.
SITUAÇÃO FINANCEIRA - O secretário estadual da Fazenda, José Luiz
Bovo, fez uma apresentação da situação financeira para a equipe de
transição do futuro governo. Os dados fechados em outubro mostram um
saldo de R$ 7,4 bilhões em aplicações financeiras.
Outro dado apresentado foi em relação à despesa com pessoal, que
alcançou 45,68% da receita corrente líquida, patamar que fica entre o
limite de alerta e o limite prudencial da Lei de Responsabilidade
Fiscal. Para o próximo exercício, a previsão de crescimento da folha foi
estimada em 5,23%.
Na exposição, Bovo ressaltou que o Estado aplica percentuais acima da
legislação nas áreas de educação e saúde. No primeiro caso, o gasto
alcança 32,25% da receita, ante uma exigência legal de 30%. No segundo, a
despesa alcançou 12,18% da receita de impostos, contra 12% exigidos por
lei.
O secretário Bovo também relatou a redução da dívida estadual, que
caiu 69% entre 2010 e 2018. Com isso, a capacidade de endividamento do
Paraná é hoje de R$ 64,4 bilhões.
Ele também fez um balanço das atuais operações internacionais de
crédito, relatando que o Paraná ainda pode aplicar US$ 140 milhões
(equivalente a R$ 530 milhões, aproximadamente) em programas que são
financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco
Mundial (Bird). Do financiamento feito com o Banco do Brasil, para obras
rodoviárias, restam R$ 166,5 milhões a serem aplicados.
CRONOGRAMA – As equipes de transição também estabeleceram um
cronograma de trabalho. Por proposição dos representantes do atual
governo, haverá reuniões temáticas sobre as áreas de saúde, educação,
infraestrutura, e desenvolvimento social. Também será realizado um
encontro para tratar de projetos que estão em análise pelo Estado, em
diversas áreas.
PROJETOS DE LEI – No encontro, membros do governo pediram apoio à
bancada de apoio do futuro governador para a aprovação de projetos de
lei que tramitam na Assembleia. Além da Lei de Diretrizes Orçamentárias,
há a proposta de refinanciamento de dívidas tributárias, o projeto para
concessão de unidades estaduais de conservação, a medida que altera o
local de fruição da hora-atividade e a mensagem que estabelece condições
para o Teletrabalho no âmbito do poder público.
Outro tema tratado foi o projeto de lei sobre Parceria
Público-Privada (PPP), que é uma solicitação do futuro governo. A
proposta já está em análise e as equipes técnicas devem fechar o texto
nos próximos dias para que a mensagem seja encaminhada para a Assembleia
legislativa.
EQUIPES – A equipe de transição do Governo do Estado é liderada pelo
chefe da Casa Civil, Dilceu Sperafico, e conta com a participação dos
secretários José Luiz Bovo (Fazenda) e Silvio Barros (Desenvolvimento
Urbano); Carlos Eduardo de Moura, controlador-geral do Estado e Sandro
Kozikoski, procurador-geral do Estado.
Os representantes do futuro governo presentes foram: Reinhold Stephanes, João Carlos Ortega, Norberto Ortigara e Nildo Lübke.
FONTE: AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
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