Chega
ao primeiro dia do ano letivo na sala de aula e encontrar um professor numa
cadeira de rodas para transmitir conhecimento. Isto acontece com os alunos do
Colégio Estadual Rui Barbosa em Jacarezinho. O professor Rodrigo Lúcio de
Souza, já está lecionando no Estado desde 2009, e no estabelecimento de ensino
há 3 anos.
O Blog do Marcos Junior conversou com ele
na última semana e em comemoração ao ‘Dia do Professor’ trouxe uma visão
diferente sobre quebrar a barreira das dificuldades e preconceitos. “Recordo-me
que tive receio em relação ao primeiro dia de aula, pois não sabia o que iria
encontrar. Não conhecia a escola, os professores, não sabia se o prédio era
adaptado e não tinha noção de como seria recebido pelos pais e alunos. A
experiência, entretanto me surpreendeu”, conta Rodrigo Lúcio.
O
professor ainda explica que os alunos são curiosos e perguntam vários fatores
de seu cotidiano devido a estar na cadeira de rodas. “Contei minha história e
eles ficaram surpresos por eu conseguir fazer tanta coisa. Com isto, quebrei o
gelo inicial e saí muito feliz pela receptividade dos alunos”, argumenta.
Em
relação as dificuldades enfrentadas ele ressalta que são as mesmas vividas
pelos outros professores, sendo o grande número de alunos que exigem um grande
empenho. “Já na infraestrutura do Colégio é muito boa com rampas e salas
acessíveis, além de banheiro adaptado, entre outros aspectos”, explica Rodrigo
Lúcio.
Dentro
da sala de aula, o professor explica que nunca passou por qualquer dificuldade.
“As únicas adaptações que se tornam necessárias são as que eu me proponho a
fazer. Utilizo menos o quadro negro e divido as tarefas entre os alunos. Tenho
sempre assistente para que todos os alunos se sintam valorizados”, argumenta.
A inclusão no ambiente escolar passou a ser
cada vez mais discutida, especialmente no que diz respeito à integração de
crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais (NEE) em sala
de aula. Grande parte disso se dá pelos direitos à educação, garantidos pela
Lei Brasileira de Inclusão (LBI), em vigor desde janeiro de 2016, que proíbe
que instituições de ensino se recusem a matricular alunos com deficiência ou
cobrem mais caro na mensalidade.
O impacto direto do cumprimento das cotas por
obrigação e não por valor, é que as vagas destinadas às pessoas com deficiência
são muito operacionais. Elas possuem baixa qualidade e atratividade para o
profissional. A inclusão é encarada como uma meta (cota) e, consequentemente
como um custo.
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