Festejada pelos políticos como uma alternativa mais em
conta em tempos de escassez de recursos para campanhas eleitorais, a
propaganda paga nas redes sociais tem surpreendido os marqueteiros pelo
custo crescente e resultado prático cada vez mais difícil de ser
alcançado. A depender do conteúdo de um post patrocinado no Facebook, se
paga até 2 reais por uma “curtida” ou novo “fã”, contra 50 centavos até
o começo do ano. Por causa do valor considerado elevado, pré-candidatos
já passaram a reavaliar suas estratégias de marketing nas redes
sociais. As informações são do Estadão/Veja;
Os preços seguem dois fatores: a rejeição do eleitorado em geral diante
de um anúncio político na sua própria página da rede social, o que
dificulta a aceitação do conteúdo transmitido; e a falta de
transparência das empresas no momento da cobrança do serviço –
diferentemente de emissoras de TV e rádio, não há uma tabela de preços
única para páginas nas redes.
A ferramenta que impulsiona posts pagos no Facebook, por exemplo
funciona como num leilão. É possível impulsionar a partir de 1 real. O
anunciante determina o valor que deseja investir, o público que quer
atingir (discriminando sexo, idade e cidade), o período da ação de
publicidade e a meta a se alcançar, como número de curtidas ou novos
seguidores, os chamados “fãs”.
De acordo com a mensagem impulsionada, esse custo-benefício tem se
tornado cada vez mais caro, segundo Moriael Paiva, vice-presidente da
área digital da Ideia Big Data. “Uma curtida custa agora 2 reais e com
tendência de alta ao longo da campanha. Todo mundo estava empolgado com
isso, já que o impulsionamento é uma das grandes novidades dessa
eleição, mas vai ser preciso muita estratégia e conhecimento para o
resultado ser o esperado e o dinheiro não ir para o ralo”, disse.
O cientista político Andrei Roman, da empresa de Big Data Atlas
Político, também avalia que a estratégia deve ser o ponto-chave das
campanhas digitais. Para ele, o ambiente de mídias digitais está mais
competitivo, o que pode ser um “balde de água fria” para quem pensava
que poderia alcançar eleitores em potencial com poucos recursos. “Quem
tem a melhor estratégia e mais dinheiro, tende a conseguir melhor
desempenho”, afirma Roman.
A eficácia dos impulsionamentos é calculada pelas equipes de campanha a
partir de uma conta: divide-se o valor empregado na campanha pelo
resultado obtido em curtidas ou novos seguidores. Por exemplo, se
determinado candidato investiu 1 000 reais em um post que rendeu 500
novos fãs, cada um deles “custou” 2 reais.
Rejeição de eleitor encarece campanha nas redes sociais
16.7.18
Tags:
Ratinho Junior
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