Eles são chamados sempre que existe a suspeita de violência ou
violação de direitos de crianças e adolescentes. Os conselheiros
tutelares estão sempre a postos e, todos os meses, atendem em média 40
mil denúncias, em todo Paraná.
Cerca de 30 mil conselheiros tutelares existentes no Brasil são
homenageados neste sábado (18), Dia do Conselheiro Tutelar. No Paraná
são 2,1 mil conselheiros, que trabalham em 422 conselhos tutelares,
presentes nos 399 municípios.
Eles atendem queixas diversas, que vão desde a falta de afeto e
cuidado, até casos de agressão, abuso e violência sexual. Os dados fazem
parte do Censo do Sistema de Garantia de Direitos 2017,
estudo elaborado pela Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento
Social, que traça um perfil dos conselhos tutelares e conselheiros de
direitos da criança e do adolescente do Paraná.
A secretária Fernanda Richa destaca que a pesquisa traz dados
importantes sobre a rede de proteção de crianças e adolescentes. As
informações vão contribuir para aperfeiçoar as políticas voltadas a este
público.
“O Paraná é um Estado com muitas diferenças regionais. O censo nos
ajuda a conhecer melhor as diversas realidades e desafios que fazem
parte do dia a dia dos nossos conselheiros tutelares”, diz a secretária.
“Assim podemos identificar de que forma o que o Governo do Estado pode
fazer para melhorar as suas condições de trabalho”, acrescenta.
Ela ressalta que, somente em 2017, o Governo do Estado liberou mais
R$ 100 milhões para cofinanciar programas, serviços e projetos voltados à
criança e ao adolescente.
DENÚNCIAS - A pesquisa permitiu traçar a média
mensal de denúncias recebidas pelos Conselhos Tutelares. São 95 casos
recebidos mensalmente em cada unidade, o que representa cerca de 19
atendimentos mensais por conselheiro. Desse total, 63,8% são
procedentes.
Segundo o coordenador da política da Criança e do Adolescente da
Secretaria da Família, Alann Barbosa Bento, o Paraná é o Estado com
maior número de registros de ocorrências e atendimentos registrados no
Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (Sipia).
“Quando se trata de rede de proteção à criança e ao adolescente, o
Paraná é referência nacional na estrutura e funcionamento do Conselho
Tutelar, pois todos os municípios do Estado possuem conselhos em pleno
funcionamento”, diz ele.
Entre janeiro de 2016 e novembro deste ano, a maioria das denúncias
registradas no Sipia dizem respeito à violação do Direito à Convivência
Familiar e Comunitária (33.201). São as situações que acontecem em meio
ao ambiente familiar, como falta de afeto e omissão de cuidados com a
saúde, alimentação, higiene e segurança. Também estão incluídas
denúncias de ambiente familiar violento e convívio com usuários de
drogas.
As violações ao direito à educação, como a dificuldade de acesso à
creche, estão em segundo lugar no ranking de denúncias (25.000),
seguidas pelas violações do direito à vida e à liberdade, onde se
enquadra o abuso sexual.
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