Católicos
de todo o Brasil comemoram os 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, a
Padroeira do Brasil. Histórias de fé e devoção marcam os fiéis
católicos, unem corações e encurtam distâncias. Gerações inteiras se
dedicam às homenagens à santa. Em Ribeirão Claro, três gerações da
família Molini também comemoram e vivenciam o milagre da Padroeira do
Brasil.
Tudo
começou a 39 anos, quando a matriarca da família, conhecida como dona
Tuti teve a fé testada. Devota de Nossa Senhora Aparecida, ela teve o
filho caçula à beira da morte. “Lembro-me muito bem. Era um domingo de
páscoa. Ele brincava com os irmãos embaixo de uma árvore quando começou a
sentir dores na barriga”, explica. Na madrugada, as dores aumentaram e o
menino teve de ser conduzido ao hospital. O diagnóstico: câncer.
Ao
tentar efetuar uma cirurgia às pressas, o médico constatou a gravidade
da enfermidade e apenas colheu material para biópsia, alegando que o
filho dela não resistiria e iria morrer. Conhecedor da fé da dona Tuti,
pediu para que ela orasse para que o filho tivesse uma morte tranquila.
Sem titubear, dona Tuti disse ao médico que “o que para ele era
impossível, para a Padroeira não seria”. “Minha fé estava sendo testada e
eu permaneci firme. Prometi que se meu filho fosse curado eu celebraria
uma missa em ação de graças todo dia 12 de outubro, durante toda a
minha vida”. O filho foi curado e a promessa até hoje continua sendo
cumprida.
Anos
mais tarde o câncer voltou. Novamente dona Tuti colocou a fé em ação e o
filho caçula foi curado pela segunda vez, agora em definitivo. Desde
então, já se foram 39 anos. No início, dona Tuti e os filhos saiam de
casa em casa pedindo flores para enfeitar a igreja Sagrado Coração de
Jesus, pois a promessa que houvera feito fora para, em sinal de
humildade, pedir flores ao invés de compra-las. “Naquela época nem
tínhamos condições de comprar flores e mesmo que tivéssemos as
pediríamos, como fazemos até hoje”, conta o empresário José Carlos
Molini, filho mais velho da dona Tuti.
Ele
acrescenta que não havia floricultura na cidade e muitas famílias
mantinham jardins. “Era desses jardins que vinham as flores – a maioria
rosas – que enfeitavam o altar”, lembra. Atualmente, a celebração virou
tradição e fiéis de várias localidades levam flores à igreja no dia 12
de outubro, quando é celebrada a missa em Ação de Graças.
José
Carlos lembra que uma pessoa, em especial, teve uma participação
importante no fortalecimento da fé da família: Lourival Esbaile David,
conhecido como “Vazito”. “Ele levava minha mãe e outras mulheres para
Ourinhos para que pudessem comprar flores com o dinheiro doado. Como era
bom negociador, conseguia bons descontos. Do contrário, aquelas
mulheres acabariam pagando mais caro. Foi uma ajuda muito importante a
dele e somos muito agradecidos por isso”, enfatiza.
Aos
85 anos de idade, dona Tuti confessa que não tem mais a mesma
disposição que tinha há 40 anos e que os filhos e netos continuam a
tradição, ao pedir flores para enfeitar a igreja. “Mas a fé continua a
mesma. Minha família é abençoada, recebemos um milagre e não vamos
desanimar nunca. Nossa fé em Nossa Senhora Aparecida nos une e nos faz
cada vez mais fortes”, enfatiza.
A
filha Cleuza Molini também comenta acerca da tradição que une a
família. “Faz 39 anos que vamos juntos à missa no dia 12 de outubro.
Antes era minha mãe e meus irmãos apenas. Hoje vão também nossos filhos,
sobrinhos e netos. E, enquanto for possível, cumpriremos a promessa
feita por ela e que garantiu à minha mãe e ao meu irmão uma vida longa e
saudável”, comemora.
Na
missa deste ano, a exemplo dos anos anteriores, a igreja estava lotada e
enfeitada de flores. Para o filho Paulo Sérgio, o exemplo da dona Tuti
demonstra a importância da fé na busca por cura a quaisquer enfermidades
e que todas as pessoas que estão doentes devem ter fé, acreditar e não
desistir, mas também devem fazer todo tratamento e receber
acompanhamento médico para alcançar a cura. “Deus tem muitas formas de
nos salvar. É preciso crer nele e acreditar que ele usa pessoas
especiais para nos abençoar”, aconselha.
Agradecida,
dona Tuti conclui: “quero agradecer a todos os que contribuem com a
doação de flores. Que Deus esteja no seu lar e abençoe a sua família,
assim como também somos abençoados ele”.FONTE: ANPC COMUNICAÇÕES
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