No período do recesso parlamentar estive na China. Viajei a
convite do governo chinês e da província de Jiangxi, onde participei de
um seminário sobre governança, representando o Paraná, ao lado de
representantes de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Rio de
Janeiro e Santa Catarina.
Talvez seja um clichê, um lugar comum dizer que voltei muito
impressionado com o que vi e vivi nos quinze dias de viagem, mas a
verdade é que a China é um país muito especial e ainda mais grandioso do
que eu imaginava.
No seminário de governança organizado pelo governo chinês e
pelo governo da província de Jiangxi, conhecemos a estratégia global
lançada pelo presidente Xi Jinping, chamada “ Uma faixa, uma rota”.
Em 2013, a China criou a estratégia baseada nos conceitos de
crescimento sustentado e equidade social, em que traça metas para a
criação de infraestruturas para o livre comercio e para a
interconectividade entre os povos. O projeto já conta com a participação
de mais de 60 países e o governo chinês quer estendê-lo aos países de
língua portuguesa. A iniciativa faz parte do plano quinquenal da
República Popular da China e tem como principal objetivo retomar o
conceito base da antiga rota da seda, e fomentar as trocas econômicas e
de cooperação entre o Oriente e o Ocidente.
Nos últimos 35 anos, a China passou por uma transformação
sem precedentes na história da humanidade. A China saltou de país
subdesenvolvido a segunda potência econômica mundial.
O país vive um boom econômico e as cidades estão
sendo completamente renovadas, com construções e obras realmente
fantásticas e numa escala quase inimaginável para o padrão brasileiro. E
verdadeiramente impressionante.
O 13º plano quinquenal, aprovado em 2016, prevê um
crescimento de 6,5% da economia ao ano. Até 2020, o país terá 150 mil km
de ferrovias, 5 milhões de km de estradas, 260 aeroportos e 2.527 cais
para navios de mais de 10 mil toneladas. O país também planeja expandir
sua rede de ferrovias de alta velocidade para 30 mil km até 2020. No
período, 36 milhões de moradias serão construídas.
No setor energético, o país pretende duplicar sua capacidade
de energia eólica e triplicar sua capacidade solar, numa efetiva
transição para uma economia de baixo carbono.
As sete prioridades-chave destacadas pelo governo chinês são
o desenvolvimento de uma estrutura econômica inovadora e a aceleração
do aprimoramento industrial; a promoção da transformação industrial; o
estabelecimento de um novo modelo de desenvolvimento coordenado; o
avanço do desenvolvimento verde; o desenvolvimento de uma sociedade mais
inclusiva e o aprimoramento da qualidade de vida; o aumento da
transparência e da integração global; e o aprofundamento das reformas
orientadas ao mercado por meio da implementação de reformas
institucionais progressivas.
A ênfase do plano é na melhoria da vida das pessoas, com
objetivos específicos para aumentar o poder aquisitivo da população,
criar novos empregos em áreas urbanas e reduzir as desigualdades dos
moradores das áreas rurais, entre outros. Igualmente, o país promove a
harmonia e a estabilidade social.
A China trabalha pela cooperação internacional, e com o
Brasil em especial, mantém uma longa amizade e parceria baseada na
lealdade recíproca.
Como a China, o Brasil tem também dimensões continentais.
Como o Brasil, a China tem enormes desafios para superar a desigualdade
social, mas diferente do nosso país os chineses trabalham de forma
estruturada por meio dos planos quinquenais de desenvolvimento.
Mas sobre isso e muito mais falarei na próxima semana.
Xie xie, Bom dia, Paz&Bem!
*Luiz Claudio Romanelli, deputado estadual pelo PSB, é líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná.
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