Segurança tenta impedir imagens do PS, ameaça e quase vai preso

O clima de tensão no Pronto-Socorro de Santo Antônio da Platina já virou rotina na vida dos pacientes e funcionários da unidade por conta da falta de estrutura necessária para o atendimento à população. O problema se agravou ainda mais depois que a Secretaria Municipal de Saúde anunciou a necessidade da implantação do Protocolo de Manchester para avaliar a prioridade dos atendimentos. Na manhã desta terça-feira, os ânimos novamente se exaltaram depois que um policial militar chamou a imprensa para denunciar o problema e um segurança contratado pela prefeitura tentou impedir os trabalhos dos jornalistas daTribuna do Vale.
De acordo com o soldado Leandro da Silva, ele a mulher e a filha aguardavam havia mais de duas horas por atendimento médico, mas outros pacientes estariam esperando pela consulta há mais de quatro horas. Enquanto explicava o problema ao repórter, o fotógrafo começou a registrar imagens da entrevista e um segurança que se apresentou como contratado pela unidade tentou impedir o trabalho do profissional alegando que ele não teria autorização para fotografar o espaço público.
Mesmo alertado de que estaria infringindo legislação que resguarda os direitos dos profissionais de imprensa, o segurança insistiu dando ordens para que a equipe interrompesse imediatamente os trabalhos sob ameaça de processar os jornalistas e até mesmo prendê-los por desacato à autoridade. Neste momento, Leandro da Silva se apresentou como policial militar e disse ao segurança que ele estaria comendo um crime, e que caso insistisse seria preso em flagrante.
“Estou aqui há duas horas, mas tem gente há muito mais tempo que eu sem saber que horas será atendido sem ninguém nos dar satisfação. Entendo a posição dos médicos e enfermeiros do Pronto-Socorro, mas os gestores precisam fazer alguma coisa para resolver esse caos. Não é colocando um segurança para intimidar as pessoas que irão sanar o problema, é preciso mais profissionais para atender a população com o mínimo de dignidade”, avalia o PM.
De acordo com a enfermeira-chefe da unidade, Maristela Moreno, a demora nas consultas ocorreu em consequência do atendimento a duas vítimas de acidente e trânsito e a falta de médicos nas Unidades Básicas de Saúde da Vila Claro e do Conjunto Habitacional Vitória Régia, porém, somente a responsável pela pasta poderia falar sobre o assunto.
A secretária municipal de Saúde, Ana Cristina Micó da Costa, foi procurada pela reportagem para comentar o problema no Pronto-Socorro e a falta de médico nas UBS, bem como sobre o processo de contratação da empresa que faz a segurança da unidade, mas sua assessoria informou que ela estaria em viagem e responderia os questionamentos por meio de nota à imprensa, o que não ocorreu até o fechamento desta edição.

FONTE: JORNAL TRIBUNA DO VALE
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