Indignada, a mãe Caroline Cristina Moreira da Cruz procurou a Tribuna do Vale para denunciar que seu filho, de apenas quatro anos, foi esquecido no Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei), Chapeuzinho Vermelho, na quarta-feira, 10, na hora da saída da escola, por volta das 18 horas. O garoto não estava no ônibus que faz o transporte, apenas no período da tarde, para o bairro Colônia São Miguel. “Como eu desocupei mais cedo do serviço, liguei para o motorista e pedi para ele deixar meu filho no ponto nas proximidades do meu bairro, que eu estaria lá esperando por volta das 18h30. Se ele fosse percorrer todo o trajeto, chegaria bem mais tarde. Em seguida, o motorista me ligou e disse que o menino não estava no ônibus. Comecei a telefonar para todo mundo que eu conhecia e acabei falando com uma funcionária da creche, que avisou que a diretora estava com ele na escola. Que era para eu ir busca-lo”, contou.
Caroline tem dois filhos e está grávida.
Resumida assim, a história dessa mãe parece ter tido um final feliz rapidamente, mas Caroline diz que até que tivesse notícia do paradeiro do seu filho, o desespero tomou conta. “Parecia um pesadelo. Entre o motorista me falar que o menino não estava no veículo e eu conseguir notícias dele, parece que se passou um século”, contou.
Caroline acredita que a confusão tem dois motivos importantes: um deles é que a prefeitura cortou horários do transporte escolar de alguns bairros rurais, o que está obrigando os pais a encontrar outros meios para levar a criança à escoa; e o outro seria que a creche trabalha com muitas estagiárias do curso de magistério - menores de idade - e com pouca experiência com crianças da faixa etária de seu filho. “O transporte escolar só passa no meu bairro no período da tarde, mas meu filho mais novo frequenta creche, que é período integral. Eu e uma vizinha “rachamos” as despesas para levar nossos filhos no período da manhã para as escolas. Eles só dependem de ônibus para a volta”, contou Caroline salientando que acredita que o esquecimento de seu filho foi causado por desatenção de alguma estagiária. “A maioria é adolescente, que fica usando o celular ao invés de olhar as crianças”, desabafou.
Revoltada, Caroline procurou a Polícia Militar para registrar uma ocorrência, mas foi orientada a procurar o Conselho Tutelar, que minimizou o problema e não tomou atitude. “Fiquei sozinha nessa história, mas tenho certeza que nenhuma mãe quer passar pelo o que eu passei”, concluiu.
O outro lado
A reportagem da Tribuna do Vale procurou a Diretoria Municipal de Educação de Joaquim Távora, e conversou coma diretora Delzuita Vieira de Souza. Ela disse que tinha conhecimento do fato e que já havia tomado providências para que isso não ocorresse novamente. “Temos um problema grande de comunicação. Muitos pais trazem as crianças de carro e só precisam do transporte escolar para a saída, porém, muitas vezes, eles vêm buscar os filhos mais cedo e não avisam que não utilizarão o ônibus. Na hora do embarque, essa falha na comunicação pode causar problemas. Quem for levar o filho antes do horário deve assinar um comunicado, para que as estagiárias não fiquem desorientadas na hora de embarcar os alunos no ônibus”, disse.
A diretora também acredita que desencontros como esse são casos isolados, mas não impossíveis de acontecer, porém, deixa claro que a criança jamais ficará sozinha. “A diretora da Cmei ficou com ele até que os pais chegassem”, avisou.
Em cada sala de aula, há uma lista das crianças que utilizam o transporte escolar e em quais veículos elas devem viajar. “Também tomamos o cuidado de não deixar a criança sair da fila na hora de pegar o ônibus”, disse.
FONTE: JORNAL TRIBUNA DO VALE
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