A Polícia Civil do Paraná deflagrou nesta terça-feira (25), a
“Operação Campo Limpo”, que investiga fraudes na prefeitura de Cambará,
norte do estado. Os réus são o ex-prefeito João Mattar Olivato,
servidores e empresários para apurar a contratação indevida – por
intermédio das dispensas de licitações – para serviços de limpeza,
roçagem e manutenção de vias públicas/terrenos no município. Há também
indícios de conivência e pagamento de propina ao ex-prefeito, informou a
PC. Eles são suspeitos de associação criminosa, corrupção ativa,
corrupção passiva, fraude a licitação e crime de responsabilidade com
objetivo de desvio de recursos públicos. A investigação está baseada em
uma Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público da Comarca de
Cambará.
“Em se tratando de dispensa de licitação, obrigatoriamente eles
precisam arrecadar três orçamentos. Ocorre que esse era um jogo de
cartas marcadas e as investigações revelaram que todos os orçamentos
foram feitos pela mesma pessoa investigada, uma vez que conseguimos
identificar os proprietários das demais empresas que supostamente teriam
participado e ambos ficaram surpresos ao saber do ocorrido, uma vez que
não encaminharam os orçamentos. Essas pessoas haviam trabalhado
anteriormente com o investigado e tiveram seus dados usados da fraude”,
explicou o delegado Renato Figueiroa, do Nurce.
Segundo a polícia, apurou-se também que os serviços contratados de
manutenção seriam destinados uma área inicial de 400 mil m². No entanto,
foi autorizado o pagamento para empresa, por ordem direta do prefeito
de 516 mil m², mesmo com apenas 373 mil m² dos serviços efetivamente
realizados. Há também indícios de que parte dos trabalhos foram feitos
em áreas particulares. Durante as investigações também surgiu a denúncia de que a empresa
contratada fraudulentamente teria pago R$ 5 mil para a esposa do
ex-prefeito.
O ex-secretário investigado também é acusado ter sumido com o
processo que dispensou da licitação. “Um fato gravíssimo que obviamente
demandaria providências por parte da gestão municipal, mas que não
ocorreu. Fortalecendo assim os indícios de conivência por parte da
administração pública”, acrescentou o delegado. Mais detalhes do andamento da operação e sobre a situação dos
suspeitos serão divulgados em entrevista coletiva da Secretaria de
segurança Pública nesta quarta-feira.
FONTE: Portal Banda B com Polícia Civil
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