A ex-prefeita de Santa Mariana (Norte Pioneiro) Maria Aparecida de Souza
Lima Bassi (gestões 2005-2008 e 2009-2012) deverá pagar multa de R$
2.901,06, por ter permitido a contratação de José Soares de Lima para
prestar serviços gerais sem a realização de prévio concurso público.
O Tribunal de Contas de Estado do Paraná (TCE-PR) aplicou a
sanção por julgar parcialmente procedente a representação instaurada em
função da comunicação recebida da 2ª Vara do Trabalho de Cornélio
Procópio. Segundo a sentença desse juízo em ação trabalhista, o
reclamante firmou contrato com o município entre 1º de agosto de 2007 e
20 de outubro de 2010. Em função da sentença, a Prefeitura de Santa
Mariana foi obrigada a pagar R$ 5 mil ao reclamante por danos morais,
pois não efetuou o pagamento dos salários do trabalhador.
O município sustentou que a contratação não ocorreu, sendo o
reclamante, na verdade, posseiro de área pública. E destacou que foram
expedidas, nos anos de 2009 e 2010, notificações extrajudiciais com o
objetivo de desocupar o imóvel. Segundo a prefeitura, em 2013 a
Procuradoria do Município ajuizou ação de reintegração de posse contra o
posseiro, com determinação de desocupação.
A
Coordenadoria de Fiscalização de Atos de Pessoal (Cofap) do TCE-PR,
responsável pela instrução do processo, opinou pela procedência da
representação com aplicação de multa. A unidade técnica afirmou que deve
ser reconhecida a decisão da Justiça do Trabalho. O Ministério Público
de Contas (MPC-PR) concordou com o posicionamento da unidade técnica.
O relator do processo, conselheiro Ivan Bonilha, afirmou que
assiste razão à Cofap e ao MPC-PR. Ele lembrou que a contratação sem
concurso público violou disposição do artigo nº 37, II, da Constituição
Federal e que essa conduta ilícita foi comprovada na ação reclamatória
trabalhista.
Bonilha ainda considerou que as alegações da defesa não são
suficientes para afastar a ilegalidade, até mesmo porque as medidas para
tentar reaver o imóvel foram tomadas apenas em 2009, dois anos após a
admissão do trabalhador. Assim, ele aplicou à ex-prefeita a multa
prevista no artigo 87, V, da Lei Complementar Estadual 113/2005 (Lei
Orgânica do TCE-PR).
O processo foi julgado pelo Pleno do TCE-PR na sessão de 23 de
fevereiro, na qual os conselheiros decidiram por voto de desempate do
presidente, conselheiro Durval Amaral. Os prazos para recurso dos
interessados passaram a contar a partir da publicação do acórdão 745/17,
na edição 1.546 do Diário Eletrônico do TCE-PR (DETC), veiculada em 6
de março.
Informações do Portal Bonde com o TCE
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