A
rotina apressada, os deslocamentos constantes e alguns gestos e
situações comuns do dia a dia podem fazer com que muitos pais percam a
atenção no trânsito enquanto dirigem. O Departamento de Trânsito do
Paraná (Detran) traz dicas que podem ajudar o condutor a redobrar os
cuidados com crianças dentro do veículo.
“Dirigir
exige disciplina. As crianças naturalmente já demandam a disposição dos
condutores. Por isso, qualquer outra ação, mesmo que por poucos
segundos, pode gerar acidentes fatais”, alerta o diretor-geral do
Detran, Marcos Traad.
DISTRAÇÕES MAIS COMUNS – As
ações mais frequentes dos motoristas que causam distrações no trânsito
são o uso do celular e do rádio, se alimentar ou beber enquanto dirige,
fumar, procurar objetos no interior do carro e até mesmo se maquiar.
Todas elas são infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro e
acarretam multa e pontuação na Carteira Nacional de Habilitação, além de
aumentarem os riscos de acidentes.
A
jornalista Melina Pockrandt lembra de um episódio que aconteceu com ela
e a filha, Júlia, de um ano, e que trouxe um grande aprendizado.
“Eu
estava num dia corrido e saí para levar minha filha à escola quando
recebi, no meio do caminho, uma mensagem que me deixou irritada. Perdi a
concentração e, quando vi, estava na garagem do meu escritório, sem ter
me dar conta de que não tinha passado pela escola”, conta.
“Peguei
minha bolsa e, por força do hábito, olhei no banco de trás. Minha filha
estava ali, sentada na cadeirinha. Levei um susto e percebi o quanto a
rotina é cruel. Ela poderia ter ficado no carro se eu não tivesse olhado
para trás”, alerta.
A
estudante de Psicologia e mãe de Benjamim, Alba Graziela Cidral, conta
que adotou um método para evitar que as distrações e acabem em
acidentes.
“Eu
tenho um filho de dois anos que ainda não frequenta escolinha e, por
isso, procuro levá-lo comigo para todas as minhas atividades de rotina.
Antes de sair de casa, evito deixar comidas ou outros objetos nas mãos
dele que possam desviar minha atenção no trânsito”, compartilha.
CALOR -
Curitiba tem registrado desde o início do verão uma média mensal de
32.7°C de temperatura máxima, segundo o Sistema Meteorológico do Paraná
(Simepar).
De
acordo com um estudo do Departamento de Geociências da Universidade
Estadual de São Francisco, nos Estados Unidos, a temperatura dentro de
um carro parado, exposto ao sol e com os vidros fechados, aumenta 80%
nos primeiros 30 minutos.
Quando
uma pessoa fica dentro de um veículo fechado, o oxigênio é gradualmente
consumido e o nível de dióxido de carbono aumenta. O baixo nível de
oxigênio leva gradualmente à sonolência e, com o alto nível de dióxido
de carbono, a pessoa pode entrar em coma e morrer.
De
acordo com o médico do Detran Dirceu Junior, no caso das crianças o
risco de asfixia pode aumentar devido à falta de coordenação ou
autonomia delas para tomar atitudes como abrir a porta ou as janelas.
“Uma pessoa dentro de um veículo fechado pode ter uma insolação, que é o
aumento da temperatura corporal devido à exposição ao calor. Ela é mais
nociva às crianças por questões fisiológicas, que as levam a um ganho
maior de calor e a uma menor taxa de transpiração”, explica Junior.
EM CASO DE EMERGÊNCIA -
Se uma criança ou um animal de estimação for visto sozinho em um
veículo sem ventilação significativa é necessário verificar se existe
alguma porta aberta ou outra forma de acesso. Caso contrário, a pessoa
deve acionar imediatamente a emergência do Corpo de Bombeiros pelo
telefone 193.
ACESSÓRIOS – O
técnico-mecânico automotivo Rubens Antônio Teixeira explica que o motor
e os pneus costumam aquecer mais rápido nos dias quentes. “O motor
esquenta rapidamente, pois o ar que passa pelo radiador já aquecido pode
afetar a eficiência da refrigeração. Já os pneus esquentam por estarem
em contato direto com o asfalto aquecido e pelo próprio atrito em
diversas situações, como em frenagens e curvas”, disse.
“Colocar
cobertas ou panos em cima do banco do veículo nem sempre ajuda. Esses
itens podem aquecer junto. Uma boa solução para diminuir o calor quando o
veículo estiver parado é usar a capa defletora de calor, tanto para a
carroceria quanto para o parabrisa”, recomenda o técnico.
CADEIRINHA
- Desde 2010, a resolução 277 do Conselho Nacional de Trânsito
(Contran) estabelece o tipo adequado de dispositivo de retenção de
acordo com cada idade. Crianças de até um ano devem ser transportadas no
bebê-conforto. As que têm de um a quatro anos, em cadeirinhas com
encosto e cinto próprio. Os assentos de elevação devem ser usados de 4 a
7 anos e meio.
De
acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, transportar crianças em
veículo automotor sem a devida segurança estabelecida configura infração
gravíssima (sete pontos na CNH), com multa no valor de R$ 293,47 e
retenção do veículo, até que a irregularidade seja sanada.
FONTE: Assessoria de Imprensa DETRAN
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