A situação financeira da Associação dos Estudantes Universitários de
Cambará está à beira do abismo. A entidade administra uma dívida no
valor de R$ 50 mil e conta com aproximadamente R$100 mil em
inadimplência. A associação se manteve até o final de 2016 com apoio da
prefeitura num convênio que transferia mensalmente a quantia de R$ 15
mil para arcar com despesas diversas.
O atual prefeito municipal José Salim Haggi Neto, antecipou que o
convênio não será renovado por questões técnicas, e que não há muito que
fazer. Sem o convênio com a prefeitura praticamente inviabiliza a
Associação.
Alguns estudantes alegam falta de vontade política no caso e não descartam mobilização.
O impasse gerou chiadeira entre os estudantes. Uma parte deles
decidiu abandonar a associação e contratar uma empresa particular para o
transporte até as universidades, o que agrava ainda mais o problema da
associação. Quem pode pagar encontra essas vias, mas o fim da associação
afeta diretamente quem não tem recursos para bancar as despesas com
transporte, que pode chegar a R$ 500,00 por estudante, dependendo da
rota.
Preocupados com os alunos ainda associados e o futuro da entidade, os
dirigentes da Associação procuram a prefeitura para tentar trazer luz
para o impasse.
O prefeito José Salim Haggi Neto, que estava em viagem em Curitiba
cumprindo agenda
política, interrompeu os compromissos para atender os
estudantes. A reunião aconteceu na manhã desta quinta-feira (02) na
Prefeitura.
A reunião começou tensa. O ex-presidente da Associação, Marcio
Ferreira e o prefeito Haggi Neto, adversários políticos, iniciaram um
principio de bate-boca, sendo contornado pelo prefeito. “Eu nunca disse
que iria acabar com a Associação, o que eu disse e reafirmo é que não
temos aparato legal para manter o convênio, foi isto que eu disse”,
bradou o prefeito alegando que a lei permite que a prefeitura ceda três
ônibus.
Nívia Bregiatto, atual presidente da Associação argumentou que da
forma como está sendo conduzida as negociações, não fará grandes
diferenças para a entidade que administra. “Somente os ônibus não fará
nenhum sentido, pois ficaremos com a responsabilidade de arcar com os
honorários dos motoristas, combustíveis e ainda com a manutenção dos
veículos. Desta forma não dá, não poderemos assumir uma responsabilidade
deste tamanho”, protestou.
De acordo com Nívia Bregiatto, Cambará conta atualmente com cerca de
500 alunos universitários, matriculados em faculdades em Ourinhos e
Assis no Estado de São Paulo e Santo Antonio da Platina, Cornélio
Procópio, Jacarezinho e Bandeirantes, no Estado do Paraná. “Se nada for feito, não nos resta alternativa a não ser fechar a Associação”, cravou.
A rodada de debates, apesar de ter tido um início tenso, terminou com
a promessa de o prefeito tentar um último recurso em Curitiba, na
próxima semana. “Vou falar diretamente no Tribunal de Contas, tentar
sensibilizar eles para o problema e voltamos a nos reunir na próxima
semana”, garantiu o prefeito.
Inadimplentes
A presidente da Associação dos Estudantes, Nívia Bregiatto, afirmou a reportagem que irá executar os estudantes inadimplentes com a
associação. O objetivo, segundo a presidente, é saudar as dívidas com
fornecedores. “Estamos abertos para acordos amigáveis com os alunos
inadimplentes, mas também estamos sendo orientados por um advogado
experiente que vai conduzir todo o processo, esperamos que não tenhamos
que chegar ao extremo, que é a execução daqueles que devem para a
associação”, finalizou.
FONTE: Roberto Francisquini - Circulando.aqui
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