A Secretaria de Estado da Saúde recomenda que as
equipes municipais reforcem o trabalho de vacinação contra a febre
amarela na rede pública de saúde para as pessoas que irão viajar para
regiões de risco para a doença. O motivo é o alerta emitido pelo
Ministério da Saúde, referente a um possível surto de febre amarela em
21 cidades do Estado de Minas Gerais.
Até o momento, pelo menos 110 casos suspeitos foram notificados, com 30
mortes em investigação. As ocorrências foram registradas na área rural,
mas há o risco da doença também ser reintroduzida no meio urbano. Desde
1942, nenhum caso urbano é registrado no país.
De acordo com o diretor-geral da Sesa, Sezifredo Paz, a situação exige
cautela. “A principal forma de prevenção é a vacina. Toda pessoa que vai
se deslocar para regiões de risco, como áreas de matas e rios e estados
e países com circulação da doença, deve tomar ser imunizado”,
ressaltou.
A vacina está disponível nas unidades de saúde pelo sistema público e
deve ser tomada até dez dias antes da viagem para que o organismo possa
produzir os anticorpos necessários. Para garantir a imunidade, são
necessárias pelo menos duas doses ao longo da vida, sendo que o reforço é
aplicado 10 anos após a primeira dose.
No calendário básico, a vacina contra a febre amarela é indicada para
crianças aos 9 meses de idade e depois um reforço aos quatro anos de
idade. Contudo, qualquer pessoa maior de 6 meses pode tomar a vacina na
rede pública até os 60 anos. Nestes casos, é preciso ser residente ou
ter viagem marcada para Áreas com Recomendação da Vacina (veja box).
No Paraná, as doses são aplicadas nas unidades básicas de saúde. "Em
caso de dúvidas, é importante que o cidadão compareça ao posto de
vacinação mais próximo e verifique como está o esquema vacinal", orienta
o chefe da Divisão Estadual de Imunização, João Luís Crivellaro.
Entre as contraindicações estão: maiores de 60 anos, gestantes, mulheres
que estejam amamentando, crianças menores de seis meses e
imunodeprimidos. O ideal é que quem faz parte de algum desses grupos
procure orientação médica para saber como proceder.
A DOENÇA – A febre amarela é uma doença infecciosa
grave, que, se não tratada rapidamente, pode levar à morte em cerca de
uma semana. Na área rural ela é transmitida por mosquitos silvestres, o
Haemagogus, e a urbana é transmitida pela picada do Aedes aegypti, o
mesmo que transmite a dengue. “Embora os vetores sejam diferentes, o
vírus e a evolução da doença são iguais e não há transmissão de uma
pessoa para outra”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde,
Cleide de Oliveira.
A transmissão do vírus ocorre quando o mosquito pica uma pessoa ou
macaco infectados, normalmente em regiões de floresta e cerrado, e
depois pica uma pessoa saudável, que, ao retornar para a cidade,
possibilita a transmissão para outras pessoas pelo Aedes aegypti,
podendo causar surtos de febre amarela nas áreas urbanas.
“O fato do transmissor da febre amarela urbana ser o mesmo da dengue e
de outras doenças sérias reforça a necessidade das pessoas manterem suas
casas e quintais livres de recipientes que acumulam água e que podem se
tornar criadouros do mosquito”, lembra a superintendente.
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