
A tempestade teve início por volta das 18h30, e conforme os moradores durou pouco mais de meia hora, o suficiente para transbordar o Ribeirão Vermelho, que corta a cidade.
Em algumas ruas do centro, como a 15 de Novembro e a Maria Bergmann, por exemplo, o nível da água ultrapassou a marca de um metro de altura e os moradores perderam praticamente tudo que tinham dentro das casas.
Na manhã desta sexta-feira 27, o cozinheiro Antônio Eduardo da Silva, de 59 anos, verificava o que ainda seria possível aproveitar dentro da residência. "Foi tudo muito rápido, não deu tempo de fazer quase nada. O ribeirão encheu, e em poucos minutos transbordou. Perdi todo o mantimento, móveis e eletrodomésticos. Agora resta recomeçar", contou o morador.
Na casa em frente, o funileiro Douglas José Pedro Martins, de 22 anos, observava desolado a mudança completamente destruída amontoada na varanda do imóvel onde mora com a mãe, a mulher e uma filha. "Fiquei preso na entrada da cidade, pois a água invadiu a rodovia e impediu a passagem. Quando consegui chegar em casa, não tinha mais o que fazer para impedir os estragos" lamentou Martins.
Caminhando pelos bairros, as histórias se repetiam. O técnico agrícola Adauto Aparecido Lopes, de 42 anos, disse que ainda durante à noite o prefeito esteve pessoalmente na sua casa, na avenida Deputado José Afonso, para oferecer ajuda à família. "Ele (o prefeito Alex Sandro Domingues) viu os estragos pessoalmente, e prometeu nos ajudar. Pela manhã, os funcionários da Assistência Social estiveram aqui para avaliar os danos. Vamos aguardar!", pondera.
Conforme apurou a reportagem, o caso mais grave foi registrado no centro da cidade. Além dos danos materiais na residência da dona de casa Elza Pedro, de 40 anos, parentes e vizinhos tiveram bastante dificuldade para retirar do imóvel sua mãe, de 70 anos, e uma idosa de 93 anos acamada que vive com a família. "Foi muito desesperador. A água invadiu a casa, e em poucos minutos quase chegou na janela. Mas graças a Deus estamos todos bem".
De acordo com a diretora municipal de Assistência Social, Vivia Aparecida Silva Ogg, os desalojados foram atendidos ainda durante à noite pela Defesa Civil Municipal. No entanto, o número total de vítimas ainda está sendo levantado pela prefeitura.
O comandante do Corpo de Bombeiros de Santo Antônio da Platina, tenente Jefferson Gregório, descartou a possibilidade de os alagamentos terem sido consequência do rompimento de duas barragens no município conforme chegou a ser divulgado pela imprensa. Segundo o oficial, a tempestade que atingiu a região no início da noite de quinta-feira foi a causa do problema.
Pela manhã, a Sanepar emitiu uma nota informando a população sobre a possibilidade de interrupção no fornecimento de água na cidade. Porém, segundo os moradores, o serviço não foi comprometido.
FONTE: Luiz Guilherme Brandani
FOTOS: Antonio Picolli
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