19ª regional alerta para cuidados

Com a chegada do Verão e temperaturas elevadas, visitar cachoeiras e acampar em áreas abertas é uma pratica bastante comum na região, porém são necessários alguns cuidados para evitar acidentes. Na semana passada, duas pessoas foram vítimas de picada por cobras venenosas, sendo uma cascavel e uma jararaca. Por isso, a chefe do departamento de vigilância e epidemiologia da 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho, Bruna Aparecida Hartmman, alerta para cuidados ao passear em mata fechada, pois, não há estoque suficiente de soro antiofídico na unidade.
O calor excessivo contribui para a circulação mais frequente destes animais, e, é nesta época do ano que o índice de acidentes desta natureza é mais comum. Bruna revelou ontem, 3, que só havia somente uma dose de soro antiofídico para picada de cascavel estocada na Regional de Saúde– lembrando que a unidade atende 22 municípios da região – e o antídoto só fica disponível em Jacarezinho.
A chefe do departamento explica que não é possível abrir outros polos na região, porque não existe estoque do soro. O problema está na produção destes soros, mas garante que este ano a situação seja normalizada. “Não se trata de um problema do Norte Pioneiro, ou do Paraná, o soro está em falta em todo Brasil. Já recebemos um comunicado dos superiores que agora em 2017 este estoque pode voltar a se normalizar. Há dois meses ainda tínhamos disponível em Ibaiti, mas como nosso estoque estava zerado, tivemos que transferir o soro para Jacarezinho”, justificou.
A chefe explica que quando o município precisa de doses do soro antiofídico a primeira medida a ser tomada é comunicar o Centro de Informações Toxicológicas (CIT), em Londrina, para saber como proceder. “Após eles anunciarem sobre o caso da vítima, são orientados em como proceder, para onde encaminhar e em caso de dúvidas sobre qual animal picou o paciente, é necessária a realização de alguns exames, para que o soro tenha efeito imediato e eficaz. A regional registra pelo menos um acidente desta natureza por semana”, contou.
Bruna aponta que nas próximas semanas a 19ª Regional de Saúde vai emitir um alerta aos meios de comunicação para orientar os turistas a se prevenirem contra esse tipo de acidentes. Ela recomenda que em acampamentos ou pescarias fazer o uso de botas, manter sempre a proteção das barracas (fechadas) para evitar a entrada de animais, e evitar deixar as crianças se afastarem de locais de segurança. “Temos muitos acidentes com escorpião também, mas o antídoto não está em falta. O ideal é se prevenir sempre”, orientou.
Uma das vítimas da semana passada foi Camila Salomão Ferreira, 21, moradora de Joaquim Távora. A jovem foi visitar a cachoeira do Aristeu, em Ibaiti, e durante o acampamento foi surpreendida com a picada de uma cascavel. O local do acidente é bem próximo à cidade, cerca de dois quilômetros, mas de difícil acesso. O acidente aconteceu por volta das 14h20 e ela deu entrada no Pronto Socorro ás 15 horas. Segundo o colega da vítima, Bruno Silveira, que acompanhou a jovem, só foi possível a sua transferência para Jacarezinho para receber o soro antiofídico às 18 horas, ou seja, quase cinco horas depois do acidente. Silveira ressalta que a amiga apresentou algumas complicações e permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Bandeirantes em recuperação.
Os sintomas mais comuns na picada da cobra cascavel são: dor local, equimose da pele, fraqueza, tontura,  dormência/ formigamento nas extremidades, na boca e na língua, taquicardia, náuseas e vômitos, hipotensão arterial, ptose palpebral e outros. Pode levar a insuficiência renal aguda (oligúria, urina avermelhada) por necrose tubular aguda.

FONTE: Dayse Miranda - Tribuna do Vale

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