Representantes de organizações que integram a cadeia produtiva da
piscicultura no Norte do Paraná se reúnem em Assembleia na segunda-feira
(5), em Cornélio Procópio, para a criação do Conselho Regional de
Desenvolvimento da Piscicultura. A piscicultura faz parte do grupo de
projetos considerados prioritários pela Secretaria de Estado da
Agricultura para a promoção do desenvolvimento econômico da região.
O Norte é o segundo polo produtor de peixes de água doce mais importante
do Paraná. É responsável pela oferta anual de 11,5 mil toneladas de
peixes, 15% da produção paranaense de pescados que, segundo o
Departamento de Economia Rural, da Secretaria de Estado da Agricultura,
chegou a 93 mil toneladas na safra 2014/2015.
Para o engenheiro agrônomo Miguel Cesar Antonucci, da Emater de
Itambaracá, o negócio tem grande potencial de crescimento graças à
riqueza dos recursos hídricos da bacia do Rio Paranapanema.
"Existe água de várias represas que podem ser utilizadas para o
desenvolvimento da atividade. Além disso, devemos considerar a
existência de boa infraestrutura, como frigoríficos, viveiros de
produção de alevinos, fábricas de rações, cooperativas, associações de
produtores e órgãos de prestação de assistência técnica”, diz Antonucci.
“O que falta é discutir uma proposta, de forma organizada, envolvendo
lideranças governamentais e da sociedade, para a realização de um
trabalho em conjunto, objetivo que buscamos realizar com a criação do
Conselho."
Nas represas existentes no Rio Paranapanema, os produtores criam
tilápias no sistema tanque-rede. Nos viveiros de terra escavados, a
preferência é para a exploração de espécies nativas, como o pacu.
Segundo Antonucci, por problemas de mercado, muitos desses tanques
construídos em terra firme atualmente estão abandonados. "O que a gente
quer é reativar essas unidades produtivas com a criação de tilápias,
peixe que tem maior aceitação do consumidor. Precisamos mostrar para o
piscicultor que isso é possível e dar condições para ele fazer o que
precisa ser feito."
Segundo a Emater, o principal destino da produção de peixes do Norte são
os pesque-pague do estado de São Paulo. Mas, na avaliação de Antonucci,
é um canal de escoamento que já atingiu o seu limite.
"Com a organização da cadeia produtiva, com a mobilização de todos os
interessados, podemos buscar novos canais. Uma das possibilidades, por
exemplo, é a reativação de um frigorífico de peixes que fica em Cornélio
Procópio, tocado por uma Associação de Piscicultores, e que está
praticamente parado."
A Emater trabalha na região desempenhando o papel do Governo do Estado e
está à frente do processo de organização da cadeia produtiva do peixe. A
instituição age na articulação dos elos da cadeia produtiva, promove
seminários, cursos e dias de campo, presta assessoria técnica e de
gestão às associações de criadores, atua junto aos piscicultores para
buscar melhorias para os sistemas de produção e capacita técnicos de
outras organizações e empresas do setor.
O coordenador estadual do projeto Aquicultura e Pesca da Emater, Luiz
Danilo Muehlmann, avalia que, além de investir no desenvolvimento da
indústria de processamento, é preciso convencer os criadores que usam
tanques escavados a buscarem a profissionalização. "Os piscicultores que
trabalham com tanques redes mostram excelente formação para o negócio, o
mesmo não se pode dizer dos demais."
Para o especialista, essa realidade talvez explica o grau diferente de
crescimento entre o polo do Norte Pioneiro e a média estadual. Na safra
2014/2015, a piscicultura paranaense teve crescimento médio de 20,5%, e
naquela região o índice ficou apenas em 11%. O polo de produção do Oeste
do Estado é o responsável por puxar a média de crescimento estadual do
setor para cima.
O polo de produção de peixes do Norte abrange as regiões administrativas
de Santo Antônio da Platina, Cornélio Procópio e Londrina, envolvendo
55 municípios.
SERVIÇO: Assembleia de Constituição do Conselho de Desenvolvimento da Piscicultura do Norte do Paraná
Data: segunda-feira (5), às 14h
Local: Rua Alberto Carazzai, 1630 (Auditório do Sindicato Rural), Cornélio Procópio
Telefone: (43) 3543 1506
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