Nos municípios onde os empreendedores têm acesso e contratam
operações de microcrédito para investir na melhoria de empresas e
atividades econômicas, há uma melhoria significativa na atividade
econômica medida pelo Produto Interno Bruto (PIB). Para cada 1%
adicional no valor médio contratado em operações de microcrédito, houve
uma variação média no PIB de 0,32% entre os municípios analisados no
estudo.
Este é o principal resultado apontado em uma pesquisa coordenada pela
professora doutora Raquel Guimarães, do Departamento de Economia da
Universidade Federal do Paraná, que avaliou o impacto do programa de
microcrédito da Fomento Paraná sobre o nível de atividade econômica dos
municípios paranaenses.
“A literatura econômica mostra que o microcrédito é uma política pública
que impacta decisivamente os indicadores de desempenho econômico e,
mais ainda, que há externalidades sobre outros indicadores, como redução
da pobreza e aumento do bem-estar. Dessa maneira, ele funciona como
porta de saída para a pobreza e a miséria. Para o Brasil, poucos estudos
revelaram o tamanho do impacto dessas ações sobre a atividade
econômica, mas isso se mostrou possível a partir dos dados da Fomento
Paraná”, afirma a professora.
RESPONSABILIDADE SOCIAL - Para chegar ao resultado, foi
aplicada uma metodologia apoiada em modelos econométricos causais.
Avaliou-se em que medida o nível de atividade econômica dos municípios
que tiveram pelo menos uma operação de microcrédito entre 2010 e 2013
respondeu aos diferentes volumes contratados em microcrédito. Os
municípios foram comparados conforme suas peculiaridades demográficas e
socioeconômicas. “O impacto positivo médio para o conjunto de municípios
avaliados confirma a potencialidade do microcrédito na indução do
desenvolvimento econômico, o que serve como um exemplo de sucesso a ser
replicado em outros contextos”, conclui a pesquisadora.
O presidente da Fomento Paraná, Juraci Barbosa, afirma que a mensuração
do impacto do microcrédito é muito importante, porque atesta a
responsabilidade social de uma instituição financeira e seu papel como
empresa pública no desenvolvimento econômico e social do estado. “Vamos
replicar essa informação a todos nossos parceiros. Os prefeitos e os
demais atores sociais precisam perceber a importância de valorizar e
potencializar essa ferramenta que é o crédito como meio de impulsionar a
geração de riqueza para a sociedade sem incorrer em altos custos para a
administração pública”, defende.
ECONOMIA LOCAL - Ainda segundo o presidente da Fomento
Paraná, essa é a primeira pesquisa e mostra apenas o resultado da
aplicação da estratégia inicial do Governo do Estado para o
desenvolvimento da economia local. “Quando o IBGE divulgar os números do
PIB dos municípios para os anos de 2014 e 2015, certamente obteremos um
impacto ainda maior, que vai consolidar o conceito de que o
microcrédito impacta no PIB dos municípios, porque o volume de contratos
de microcrédito tem crescido ano a ano”, afirma. “Vamos verificar que
esta ação potencializa outras políticas de desenvolvimento adotadas pelo
governo Beto Richa, como a atração de investimentos privados, o
financiamento aos municípios e os investimentos públicos em melhorias na
infraestrutura de estradas, portos, aeroportos e de energia”, conclui.
A pesquisa, que foi objeto de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do
estudante do curso de Ciências Econômicas da UFPR Mauro Magalhães
Junior — ex-estagiário da Fomento Paraná — está inscrita no Prêmio
ABDE-BID de Monografias sobre o Sistema Nacional de Fomento (2016).
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