A Casa de Memória Prefeito Roberto Simoni está prestes a ser inaugurada em Andirá e a notícia emociona os pioneiros e enchem de expectativas os mais jovens da comunidade, que esperam ver no espaço cultural o registro de cada época, em fotos e peças antigas, que remetem à construção da cidade que, antes, chamava-se Ingá. Localizado na antiga estação ferroviária, segue um projeto do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mesmo norte aplicado em casas de memórias em outras cidades. Antes era um prédio abandonado, o que enfatizava na população um sentimento de tristeza pelo fato do local ter sido cenários de tantas histórias.
Hoje, por meio da secretaria municipal de Educação e Cultura, está sendo promovida uma campanha de arrecadação de fotos e peças para serem expostos. Muitas famílias e pioneiros já têm contribuído e o acervo já se encontra bem diverso. Destaque , também, para uma mala de viagem de navio, de 1880 e uma edição de uma bíblia, doada pela família do Sr. Bráulio Barbosa Ferraz, do século XIX. Até mesmo um uniforme, da versão dos anos 50 da antiga Banda Marcial Municipal, já integra o acervo.
No projeto de reestrutura do local, foi realizado pinturas interna e externa, colocado piso, vidros, parte elétrica, instalado poste de luminária externa, além de demais necessidades estruturais. Nos próximos dias o local deve receber uma força tarefa da secretaria municipal de Viação e Serviços Públicos, que irá promover a ação de arborização e jardinagem no local, com ajustes de terraplanagem, colocação de grama, deixando o ambiente a praça, ao redor, reestruturada. De acordo com o secretário de Viação, Carlos Alberto Rabito, “o trabalho vai surpreender a população, tornando o local um ambiente atrativo para passeios e visitações”, ressaltou. A secretária de Educação, Sirlei Maria de Freitas Aguiar, uma das coordenadoras do projeto, destacou que a conclusão deve ocorrer nos próximos 30 dias.
O trabalho de visitas às famílias pioneiras para arrecadação de peças, além do trabalho administrativo na Casa de Memória está sob responsabilidade da diretora do Departamento de Cultura de Andirá, Sônia Endo. Ela e sua equipe fazem o trabalho de limpeza e restauração das peças. Fotógrafa profissional e apaixonada por artes, ela se emociona ao relatar os materiais coletados, recheados de história e lembranças do povo andiraense. “As doações não param de chegar, Graças à Deus. Os objetos são extremamente importantes. O mais bacana é ver o envolvimento da comunidade que nos visita a todo o momento com palavras de incentivo e doações de peças extraordinárias. Nosso Acervo fotográfico é rico e lindo. Aos poucos a nossa história está sendo resgatada”, conta a diretora.
A população tem observado os trabalhos sendo realizados e até passam no local para verificar o andamento. Na última semana, por exemplo, a visita do João Galdino – um dos pioneiros – foi marcante. “Ele contou um pouco da história da Estação Ferroviária e nos deu orientações importantes sobre o museu, assunto que trata com muita propriedade”, enfatizou a diretora, destacando, também as visitas do Hélio Michelato, Gilberto Sanches e Akira Takano.
Todo este trabalho da efetivação do projeto da Casa de Memória foi sonhados e idealizado pela professora Maria do Carmo dos Santos Martins(Tatinha), já falecida. Desde o início documental do projeto, reuniões com lideranças políticas e pioneiros da cidade, além do contato direto com o Iphan era realizado por ela, que desenhou na memória de muitos o projeto que hoje está prestes a ser concluído. Uma das maiores referencias de defesa da cultura andiraense, ela se dedicou por muitos anos, também, a banda marcial Municipal. Educadora, defensora das artes, Tatinha tinha nas políticas culturais uma referência para mobilização social. Por isso, muitos jovens a tem como referência. De acordo com a Diretora de Cultura, um dos espaços da Casa da Memória levará o seu nome, em homenagem e reconhecimento público.
FONTE: ASSESSORIA
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