Prefeitura de Tomazina |
As Prefeituras de todas as regiões do Paraná
(Inclusive no Norte Pioneiro) vão protestar contra a crise enfrentada pelos
municípios na segunda-feira da próxima semana (dia 21). Liderada pela AMP
(Associação dos Municípios do Paraná), com o apoio das 19 associações regionais
de municípios do Estado, a manifestação será marcada por atos públicos nos
municípios para pedir o apoio da população e das autoridades diante do
problema.
Crise
histórica
Para Micheletto, as prefeituras brasileiras passam
por uma das maiores crises financeiras da sua história. “Mesmo sendo o local
onde as pessoas vivem e pagam os tributos, recebemos apenas 17% de todos os
impostos arrecadados no País (os municípios reivindicam pelo menos 30%). As
prefeituras estão sangrando. Se essa distribuição de recursos não for
redefinida por meio de um novo pacto federativo, os municípios serão inviáveis
em pouco tempo. Isso causaria sérios impactos na qualidade de vida da
população”, denuncia.
Prefeitura de Jacarezinho |
Além disso, os encargos dos municípios aumentam
cada vez mais, sem a devida contrapartida de recursos, inclusive por força da
não correção dos valores repassados pelos programas federais. Nos últimos dez
anos, as despesas públicas dos municípios aumentaram, em média, de 14% para 23%
do PIB (Produto Interno Público). A maioria dos 397 programas federais são
subfinanciados. As prefeituras comprometem 10% de suas receitas com obrigações
que são dos Estados e da União. No caso do Paraná, um desses casos é o do
transporte escolar, que é feito pelas cidades, mas é obrigação do Estado.
Na saúde e na Educação, os problemas são maiores.
Na Educação, por exemplo, as cidades recebem apenas R$ 0,30/aluno pela merenda
escolar. Na saúde, o Programa Saúde da Família paga apenas R$ 9 mil per capita/ano,
mas o ideal seriam R$ 30 mil. Outro problema são os aumentos das tarifas
públicas (80% no caso da água e energia elétrica nos últimos e 18% do óleo
diesel, no último ano), que oneram as cidades.
FPM em
queda
Apenas no primeiro repasse do FPM (Fundo de
Participação dos Municípios) de setembro, a queda de receita das prefeituras
foi de 38%, na comparação com igual período de 2014. A perda acumulada em
2015 é de 3,92%, em termos reais. A crise do País agrava esse quadro, já que o
FPM (composto basicamente pelo IPI-Imposto sobre Produtos Industrializados e o
Imposto de Renda) é a principal fonte de receita de aproximadamente 70% dos
municípios do Paraná.
Além disso, o Governo Federal não cumpriu seu
compromisso de repassar 0,5% de aumento do FPM em 2015 e 0,5% em 2016; repassou
apenas 0,25% nesse ano, mas mesmo assim sobre a arrecadação do período.
Estimativa feita pela AMP revela que as 399 prefeituras do Estado deixaram de
receber R$ 67,5 milhões com a decisão. “Sem a correção do FPM, 70% das nossas
cidades se tornarão inviáveis porque não têm outras fontes de receita
significativas”, denuncia Micheletto.
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