Funcionários denunciam precariedade no SAMU

Um funcionário da unidade em Jacarezinho do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) procurou a equipe de reportagem para denunciar as más condições que estão trabalhando. Entre as declarações está o salário, de todas as categorias, abaixo do piso salarial, vários estão com duas férias vencidas, além dos veículos sem manutenção. Atualmente o serviço é gerido pelo Consórcio Público Intermunicipal de Saúde do Norte do Paraná (CISNOP) com sede em Cornélio Procópio.
“Estamos salvando vidas, mas enquanto isto nós colocamos a nossa em perigo”, comenta o denunciante, que prefere não ser identificado com medo de represálias. Ele ressalta que muitos funcionários estão procurando seus direitos na justiça, pois já são duas férias vencidas e não há um acordo para recebê-las ou poder usufruir os dias.
O denunciante ainda explica que as ambulâncias estão com pneus carecas e sem manutenção algum tempo. “Numa emergência não podemos passar de 80 km para buscar um paciente”, complementa. Outro problema enfrentado é que são quatro ambulâncias emplacadas no município de Jacarezinho, mas apenas uma está atuando entre atendimentos básicos e avançados.
“Tivemos um caso de atendimento em Guapirama com uma unidade. A equipe saiu e chegando perto da Faculdade de Filosofia teve que voltar, trocar os equipamentos, atender um paciente no bairro Aeroporto e somente após isto concluir o atendimento na cidade vizinha”, revela.
Cada suporte (básico e avançado) tem uma equipe específica com motorista, médico, enfermeiro e técnico de enfermagem. Atualmente, a cada atendimento os equipamentos e profissionais tem que ser trocados dentro da ambulância. “Outro problema é que havia um acordo para levarmos os pacientes até Cornélio Procópio, onde fica a base regional, e de lá eles prosseguiam com o transporte dos pacientes. Com isto, nenhuma cidade ficaria descoberta por muito tempo, mas eles não cumprem o acordo e muitas vezes a cidade fica até seis horas em ambulância do SAMU”, conta o funcionário.
Para efetivação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência é necessária a integração do trabalho entre as três esferas administrativas (Municipal, Estadual e Federal). O custo é dividido entre governo federal e estadual, além da contrapartida municipal que serão beneficiados pelo serviço, pré-fixada em R$ 0,25 por habitante.
Autoridades
O prefeito de Jacarezinho, que atualmente é vice-presidente do Consórcio Público Intermunicipal de Saúde do Norte Pioneiro (CISNORPI), Sérgio Eduardo de Faria, Dr. Sérgio, foi informado da situação na última semana durante o seu programa semanal de rádio. Ele destacou que a saúde pública é uma área que precisa ter investimento de todas as esferas de Governo. “Nossa cidade mantém todos os convênios rigorosamente em dia para podermos atender bem a população. Esta é uma situação que iremos pedir mais esclarecimento oficialmente”, comenta Dr. Sérgio,
Em 2013 os prefeitos integrantes do Consórcio de Saúde já articulavam a situação da unidade reguladora do SAMU ser atendida em Jacarezinho ou Santo Antônio da Platina. Na ocasião, prefeitos e secretários de Saúde chegaram ao acordo é necessária maior transparência nos serviços realizados pela unidade e com a descentralização a região poderia ser atendida mais rapidamente e os recursos dos governos federal, estadual e municipal viriam diretamente, sem precisar passar por outro Consórcio.
Resposta do SAMU
A equipe de reportagem entrou em contato por telefone com o coordenador geral da empresa PHIDEAS Consultoria e Gestão em Saúde, Ronaldo Pinheiro da Silva, explica que o salário dos funcionários é equiparado ao Sindicato dos Funcionários de Saúde de Cornélio Procópio, onde a agência reguladora está situada.
Além disto, ele admite que existam funcionários com duas férias vencidas. “Já entramos com o CISNOP que repassa o dinheiro, mas até agora não houve uma regularização de valores, com isto fica inviável corrigirmos esta situação imediatamente”, comenta. Já a parte de manutenção dos veículos é diretamente com o Consórcio Público Intermunicipal do Norte do Paraná (CISNOP).
Já sobre a situação da descentralização da agência reguladora para a cidade de Jacarezinho ou Santo Antônio da Platina o coordenador geral acha uma situação interessante. “Nunca fomos convidados para uma reunião, mas tecnicamente seria bom para o atendimento dos pacientes sendo que cada local é uma regional de saúde diferente”, afirma. Ronaldo Pinheiro da Silva ainda destaca que é necessária mais ambulâncias avançadas para o atendimento ser melhor ofertado a quem precisa. 

CRÉDITO: Marcos Júnior especial para o Jornal Gazeta do Norte Pioneiro

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