Uma campanha está sendo realizada por motoristas
que usam o pedágio entre Ourinhos (SP) e Jacarezinho, no Paraná. Eles
incentivam a utilização de um desvio irregular que livra os motoristas da
tarifa de R$ 14,80. É mais uma polêmica envolvendo a praça de pedágio da
região, que tem a legalidade discutida na Justiça há mais de sete anos.
Mas agora os motoristas descobriram uma maneira de
passar de São Paulo para o Paraná sem pagar a tarifa. Eles usam uma estrada que
começa atrás da praça de pedágio e passa pelo bairro de Marques dos Reis, em
Jacarezinho. Segundo os usuários, ela existe antes da criação do pedágio, mas
agora está ganhando notoriedade. "É a única solução que nós achamos para
não pagar esse pedágio, porque não tem como todo dia", reclama o motorista
Manoel Santana.
O aposentado Paulo Pavini não concorda com o valor
do pedágio, mas diz que não costuma fazer a rota alternativa. “Passo sempre e
pago, não gosto de cortar o pedágio. Mas sou contra (o preço) porque isso é
abusivo, é muito caro, um absurdo.”
Até panfletos estão sendo distribuídos e um vídeo
circula nas redes sociais mostrando o caminho. O trecho tem mais de dois
quilômetros e termina na BR-369, no Paraná. Esse trecho
final foi aberto irregularmente e às vezes é fechado pela concessionária que
administra o pedágio.
Adriana dos Santos passo sempre pela estrada
alternativa e diz que gasto mais com pedágio do que com combustível.
"Antes de ter o pedágio já tinha (a passagem), mas foi o pedágio que
proibiu a passagem de todo mundo."
Outras formas para evitar o gasto na divisa dos
estados já foram tomadas. Muitos acabam arriscando a própria vida e desviam da
praça fazendo o contorno pela contramão da rodovia. Em setembro do ano passado,
uma mulher morreu tentando furar a praça de pedágio por onde não há cancelas. A
motocicleta que ela estava colidiu com uma corrente de proteção que enroscou no
pescoço da vítima.
Justiça
O pedágio na divisa de Ourinhos e Jacarezinho é alvo de uma disputa judicial há
mais de sete anos. A principal reclamação é de quem trabalha em São Paulo e
mora no Paraná, e precisa pagar a tarifa ida e volta todos os dias.
Considerando 22 dias em média de trabalho por mês, o trabalhador pagaria R$
651,20 apenas de tarifa. O gerente comercial Felipe Ramon viaja todos os dias
para trabalhar e sente o peso da tarifa no bolso. "Moro em Andirá e
trabalho em Ourinhos, me desloco todo dia. R$ 30 por dia não há quem
aguente."
A Ordem dos Advogados de Ourinhos acompanha a
briga. “Hoje o processo está no Supremo Tribunal Federal, mas ainda não temos
posição. Isso causa uma revolta que acaba com a população tomando medidas
próprias”, afirma o presidente da OAB Fernando Alves de Moura.
Em nota, o Departamento de Estradas de Rodagem do
Paraná informou que a Econorte, concessionária que administra o pedágio, deve
fechar o desvio próximos dias de forma permanente. Também afirmou que o
fechamento do desvio não vai prejudicar os moradores de Marques dos Reis, que
já são isentos do pedágio. A Econorte não quis se manifestar sobre o caso.
A Polícia Rodoviária Federal concorda com o
fechamento do desvio para que acidentes decorrentes da falta de estrutura da
estrada alternativa sejam evitados. Mas enquanto isso não acontece, os usuários
aproveitam a rota alternativa. "Eu furo pedágio porque ele está irregular
aqui" afirma o comerciante Pedro Renato Domingues.
FONTE: TV TEM - (afiliada a Rede Globo em SP)
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