O setor de fruticultura vem se desenvolvendo de forma
significativa nas últimas décadas no Norte Pioneiro. Se houve uma época em que
quase todas as frutas consumidas na região vinham de outros lugares do País,
como a laranja do interior de São Paulo e a banana do litoral paranaense, hoje
a região caminha para a autossuficiência e até já abastece outras localidades
com o excedente de algumas frutas.
A análise é do engenheiro agrônomo Élcio Félix Rampazo, do
escritório regional do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão
Rural (Emater) em Londrina e responsável pelo setor de fruticultura do órgão no
Paraná. Segundo ele, entre as principais frutas cultivadas estão a laranja e a
banana, na região de Cornélio Procópio, e o morango e a goiaba, na região de
Santo Antônio da Platina, com municípios que se tornaram polo na produção de cada
fruta.
Uma característica da região é a produção de frutas em
pequenas propriedades, a maioria com até 24 hectares, e também como
diversificação de culturas, o que contribui para aumentar a renda dos
produtores. Para Rampazo, o sucesso da fruticultura na região pode ser
atribuído ao mercado consumidor do Norte do Paraná, estimado em dois milhões de
pessoas.
Um dos motivos para o desenvolvimento da fruticultura na
região é a adoção de tecnologias que permitem a produção de alguns alimentos
durante a maior parte do ano, como a laranja, por exemplo. "O
desenvolvimento de novas cultivares permite a produção desta fruta durante
quase todo o ano. Assim, com um bom planejamento e uma boa assistência técnica,
o produtor pode aumentar seus ganhos na propriedade", afirma.
Mas apesar dos avanços, a área com o cultivo de frutas ainda
é relativamente pequena na região. Segundo dados do Emater, o total da área
ocupada com fruticultura no Paraná é de 71 mil hectares, sendo 10% no Norte
Pioneiro.
O Emater divide o Estado em quatro macrorregiões para mapear
a produção de frutas. As regiões Sul e Noroeste respondem, cada uma, por 33% da
área total e a região Norte fica em terceiro com 24%. Esta macrorregião tem
cinco escritórios regionais do instituto, sendo dois no Norte Pioneiro, um em
Cornélio Procópio e outro em Santo Antônio da Platina.
O engenheiro agrônomo diz que o Norte Pioneiro tem um grande
potencial para aumentar a produção, especialmente de laranja e banana irrigada,
aproveitando os recursos hídricos abundantes na região. Mas para que esta
expansão aconteça de forma segura, Rampazo destaca que há necessidade de educar
o produtor para tornar a atividade mais profissional e também um acompanhamento
pela assistência técnica para evitar a proliferação de doenças nas duas
culturas.
O Emater reconhece que a comercialização ainda é um dos
principais problemas da fruticultura na Paraná. Por isso, o órgão incentiva a
regionalização do cultivo de frutas no Estado, para evitar o passeio dos
produtos de um lugar para outro para vender o produto.
FONTE:
Eli Araújo – Jornal Folha de Londrina
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