Entrando na reta final, a segunda edição do PAC
2 concluiu pouco mais da metade das obras previstas para os seis eixos do
programa no Paraná. Cerca de 42% ainda nem saíram do papel, especialmente as
que foram propostas por municípios pequenos. Os dados estão no último balanço
do programa divulgado pelo governo federal e representam o que foi feito até
dezembro do ano passado. As informações são de Fernanda Trisotto na Gazeta do
Povo.
Levantamento feito pela Gazeta do Povo com base
no relatório mostra que dos 2.381 projetos que constam, 1.004 ainda estão com o
status de ação preparatória ou em licitação. Muitos desses não têm previsão de
custo no documento, já que há uma ressalva de que podem ser realizados por meio
do Regime Diferenciado de Contratação (RDC). No Paraná, outras 478 obras estão
concluídas e 899 em andamento.
O panorama do relatório é limitado. Apesar de
faltar seis meses para que o PAC 2 seja ‘encerrado’ e de que uma terceira
edição já tenha sido sinalizada, novos projetos foram adicionados ao programa.
Esse é o caso de três grandes obras de mobilidade propostas por Curitiba
(remodelação do Inter 2, eixo Leste-Oeste do BRT e conclusão da Linha Verde),
que ainda não foram licitadas.
O alcance do programa é pior em dois eixos: Cidade Melhor, que reúne obras de saneamento, pavimentação a mobilidade urbana; e o Comunidade Cidadã, que tem os projetos de unidades de saúde, creches e quadras esportivas. Nesses casos, a maior parte dos projetos foi proposto pelos próprios municípios. Alguns desses foram selecionados ainda em 2010, mas não avançaram e constam como em ação preparatória. Esse quadro se repete mais nas pequenas cidades do interior.
O alcance do programa é pior em dois eixos: Cidade Melhor, que reúne obras de saneamento, pavimentação a mobilidade urbana; e o Comunidade Cidadã, que tem os projetos de unidades de saúde, creches e quadras esportivas. Nesses casos, a maior parte dos projetos foi proposto pelos próprios municípios. Alguns desses foram selecionados ainda em 2010, mas não avançaram e constam como em ação preparatória. Esse quadro se repete mais nas pequenas cidades do interior.
Para o professor de Administração Pública da
Universidade de Brasília (UnB) José Matias-Pereira, esse problema não é
exclusivo do Paraná e se repete em todo o Brasil. “Os municípios têm um
problema básico de falta de estrutura e falta de competência, tanto no aspecto
técnico quanto no de gestão”, aponta. Para ele, mesmo recebendo algum tipo de
benefício ou recurso, esses municípios perdem a oportunidade de aplicá-los
porque o tempo passa e eles não são capazes de desenvolver ou avançar esses
projetos.
A falta de uma boa gestão para os recursos
também é apontada como problemática pelo professor de Direito Financeiro da
Universidade Federal do Paraná, Rodrigo Kanayama. “Falta planejamento nos
municípios pequenos, mas também falta integração desse ponto entre União,
estados e municípios”, pondera.
Outro fenômeno que prejudica a execução desses projetos tem a ver com localização, no ponto de vista de Matias-Pereira. Para ele, as empresas de maior porte muitas vezes não se interessam pelas cidades pequenas. “Determinadas obras de infraestrutura exigem deslocamento de máquinas e pessoas. Quando é alocado o recurso, isso não é levado em consideração e pequenas obras em pequenos municípios acabam ficando muito caras”, avalia.
Outro fenômeno que prejudica a execução desses projetos tem a ver com localização, no ponto de vista de Matias-Pereira. Para ele, as empresas de maior porte muitas vezes não se interessam pelas cidades pequenas. “Determinadas obras de infraestrutura exigem deslocamento de máquinas e pessoas. Quando é alocado o recurso, isso não é levado em consideração e pequenas obras em pequenos municípios acabam ficando muito caras”, avalia.
Regime Diferenciado de Contratação requer mais
atenção pelo sobrepreço
Com um grande número de obras que estão em
fases de ação preparatória ou em licitação no PAC 2, não há previsão de dotação
orçamentária, em partes porque o empreendimento pode ser realizado em Regime
Diferenciado de Contratação (RDC). Para Rodrigo Kanayama, professor de Direito
Financeiro da Universidade Federal do Paraná, o RDC não é um problema, mas é
necessário ficar atento aos contratos que serão firmados e em sua previsão
orçamentária.
O professor de administração pública da Universidade de Brasília José Matias-Pereira, pondera que a tendência nesse sistema é de as obras saírem mais caras, porque as empresas têm vantagem para fazer o reajuste de preço nessa modalidade. “Se essas diferenças de repasse de contratação ficarem por conta dos municípios pequenos, a tendência é que as obras não se concretizem”, analisa.
O professor de administração pública da Universidade de Brasília José Matias-Pereira, pondera que a tendência nesse sistema é de as obras saírem mais caras, porque as empresas têm vantagem para fazer o reajuste de preço nessa modalidade. “Se essas diferenças de repasse de contratação ficarem por conta dos municípios pequenos, a tendência é que as obras não se concretizem”, analisa.
FONTE: Pauta Paraná
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