Beto Richa garante que o melhor ainda está por vir

Em uma aliança com 17 partidos, o atual governador do Paraná pretende se reeleger em outubro usando como trunfo as realizações de seu mandato. Nesta entrevista, ele fala dessas ações, alfineta os seus dois principais adversários, os senadores Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT), e fala sobre o possível novo mandato.
O governador Beto Richa (PSDB) diz que entra na campanha pela reeleição animado. Diante de dois adversários fortes, ele acredita num bom embate político e garante que vai fazer uma campanha propositiva, mas avisa que possíveis agressões não ficarão sem resposta.

Por que o eleitor paranaense deve reelegê-lo?
Primeiro, para consolidar as conquistas do Paraná nesses 4 anos de governo. Foram avanços expressivos, números que nos orgulham bastante, em que pese termos dedicado boa parte da nossa energia para recuperar o Estado. Tivemos que sanear as finanças, colocar a casa em ordem. Recebemos uma herança de R$ 4,5 bilhões de dívidas. As principais delas:R$ 1 bilhão de Pasep, que não foi pago em 8 anos. Nós parcelamos, estamos honrando. De promoções e progressões de professores foram 2 anos de atraso, mais de R$ 70 milhões que não pagaram aos professores. Água, luz e telefone foram R$ 100 milhões. Também tivemos que resgatar a confiança da sociedade, do setor produtivo, que estava abalada. Com programas de qualidade, diálogo, respeito, segurança jurídica, conseguimos trazer de volta os investimentos para o Estado.Foi um trabalho com muita dedicação, competência e seriedade para conseguir os avanços desses 4 anos. Eu peço a confiança dos paranaenses para a reeleição para não perder todas essas conquistas. E o melhor ainda está por vir.

Além das dívidas que o senhor diz ter herdado, houve a briga com o governo federal. O que tudo isso atrapalhou na sua administração?
O programa Proinveste exemplifica todo o boicote e a má vontade do governo federal com o Paraná. Não há dúvida que isso é para me causar desgaste político, ainda mais em ano de eleição, mas prejudicou e puniu todos os paranaenses. Todos os Estados receberam os recursos do Proinveste para investimentos em infraestrutura. Só o Paraná que não. Estive com a própria presidente da República em uma audiência, em novembro, e ela me assegurou que os recursos seriam liberados. Fui acreditando, cada um empurrava para o outro. A presidente inquiriu o secretário do Tesouro Nacional se a situação do Estado estava toda em ordem, se todos os documentos tinham sido apresentados, para que liberasse o recurso ao governa-dor. Saí de lá acertado que o Conselho Monetário Nacional iria liberar. Nada. Aí mandaram para o Mantega, na Fazenda, depois pro BNDES... Mandaram para cá, dizendo que em três dias seria liberado. Foi em quatro, veio para a conta no Banco do Brasil. Comemoramos pela décima vez a vinda do dinheiro, que ainda não se efetivava. Estava na conta, mas não tínhamos acesso ao dinheiro. Por orientação da Procuradoria do Estado, só restava uma medida: pedir a prisão do responsável pelo bloqueio. Com isso, em dois dias liberaram o recurso. O Paraná está entre os primeiros do Brasil em relação à saúde financeira estadual. Outra coisa: se tenho restrições para acessar empréstimos do governo federal por que liberaram empréstimo para as obras da Copa do Mundo? Por que estão colocando R$ 700 milhões na nossa conta para empréstimo ao metrô de Curitiba?

A discriminação aconteceu só com o Paraná? Existem governos do PSDB em outros Estados...
Os outros Estados não tiveram a infelicidade de ter na chefia da Casa Civil, o centro de todas as decisões da República, uma adversária política. É só perguntar a ela o que ela trouxe ao Paraná. A desculpa era sempre a seguinte: “o Paraná nunca apresentou projeto aqui”. A hora que ela quiser eu apresento a relação de 500 projetos que nós temos no governo federal.

Quem será o seu grande adversário na disputa?
Não sei ainda, a campanha mal começou. Ela só vai esquentar e despertar atenção com o início da propaganda eleitoral na televisão, a população vai poder conhecer melhor os candidatos na disputa, e quais são as propostas de cada um. Quem quer ganhar eleição não pode escolher adversário. Vou fazer uma campanha limpa, como sempre fiz, propositiva. Embora eu saiba que entrou na campanha um adversário que costuma sempre ser muito agressivo, que procura desonrar pessoas e não tem compromisso algum com a verdade. Ele fez várias promessas que nunca foram cumpridas, principalmente para o pedágio – “abaixa ou acaba” – e ele vai ter que se explicar agora. Mas vai ser um embate interessante, temos candidatos competitivos, estou animado, consegui montar uma grande aliança de partidos que me dão 640 candidatos a deputados estaduais e federais por todas as regiões do Paraná. O principal: um bom tempo de televisão, para mostrar nossas propostas e o que fizemos ao Estado. Aliás, acho que a única área deficiente do meu governo foi a Comunicação. Boa parte das pessoas não tem noção dos números que o Paraná atingiu em todas as áreas no nosso mandato.

E dá para mostrar tudo isso em uma campanha?
Vamos mostrar. Nós batemos recordes históricos. Nós estamos em primeiro nas pesquisas, com o menor número de rejeição entre os três principais candidatos. Temos uma ótima candidata a vice, a Cida Borghetti, uma deputada muito respeitada e atuante, que se dedica a defender o direito das mulheres, das políticas de saúde para as
mulheres, tem uma grande sensibilidade social e tem grande respeito em um reduto muito importante na região de Maringá. Seu grupo político na região Noroeste é muito forte, seu cunhado foi um grande prefeito em Maringá. Temos também um candidato muito forte, que o Brasil inteiro já conhece e que orgulha o Paraná no Senado, que é o Álvaro Dias. E temos o melhor candidato a presidente da República, que é o Aécio Neves. Então temos todas as condições para a reeleição.

TEXTO: Luiz Guilherme Brandani - TANOSITE
FOTO: Antônio de Picolli

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