Após a segunda rebelião em 40 dias, que ocorreu na
noite de 1 de maio, a carceragem de Santo Antônio da Platina ficou toda
destruída. Dos 52 presos abrigados no dia do motim, quando um agente permaneceu
refém durante 7 horas, apenas 12 detentos permanecem no prédio – nove mulheres
e três homens. Os prejuízos, considerados de grande porte pelo delegado Tristão
Borborema de Carvalho, ainda não foram calculados. Também não há prazo para o
início da reforma.
Entre tantas obras não concluídas, esta é uma que os moradores,
principalmente os vizinhos à delegacia, não têm pressa nenhuma em ver terminar.
A dona de casa Maria Luiza Teixeira dos Santos diz que mudou-se para a Vila
Claro há menos de um mês, mas já cogita nova mudança se a situação continuar
tensa. “A sensação de insegurança é constante. Aqui não é lugar para cadeia. Em
vez de reformar, por que não constroem em outro lugar?”, questiona.
Laudicéia de Moraes, empregada doméstica de uma casa
vizinha à delegacia, contou que estava sozinha na noite da rebelião. “Meu
patrão me ligou, pediu para eu trancar a casa e sair correndo daqui. Toda vez
que acontece uma rebelião é um trauma”, lamentou.
Com dificuldades para executar o plano de esvaziar as
carceragens de delegacias do Paraná, a Secretaria de Estado de Justiça e
Cidadania (Seju) informou, por meio da assessoria, que não descarta a volta de
presos após a reforma na unidade. A secretaria, porém, não citou prazos.
A carceragem tem capacidade para 32 presos. Na
primeira rebelião deste ano, no dia 23 de março, a cadeia abrigava quase 100
internos. Desta vez, de acordo com Carvalho, não havia a mesma superlotação. “O
que ocorreu, na verdade, foram cenas de selvageria e ataque a policiais após
uma tentativa frustrada de fuga. Não havia reivindicações consistentes”, contou.
Segundo o delegado, após a libertação do policial
refém e da desgastante negociação com a Seju, 23 presos foram transferidos para
a Casa de Custódia e Penitenciária Estadual de Londrina. Cinco detentos que
estavam prestes a cumprir a pena foram colocados em liberdade pela juíza
Maristella Andrade de Carvalho. Nenhum preso ficou ferido. O agente sofreu
ferimentos leves e já está trabalhando.
FONTE: Jornal Folha de Londrina
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