Nesta segunda-feira (7), a Câmara de Vereadores de
Quatiguá aprovou o afastamento provisório do prefeito Fernando Dolenz (PSDB),
54. O pedido foi feito pela vereadora Leila Salvi (PSD), 34. A reunião pode ser
resumida em discussão e ...discussão.
A presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI), Leila Salvi, pediu o afastamento provisório do prefeito Fernando Dolenz
do cargo por 180 dias. Segundo a vereadora, o prefeito estaria coagindo
funcionários do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo. O objetivo é
intimidar os profissionais para não colaborarem e, assim, dificultar os
trabalhados da CPI que investiga possíveis irregularidades na casa de saúde. A
CPI está apurando denúncias de desvios de verba que envolvem a nutricionista
Isabella Dolenz, filha do prefeito, médicos e empresas. Durante 2013, um
esquema de lavagem de dinheiro teria drenado a subvenção repassada pela
prefeitura. “Quero que as pessoas entendam que esse pedido não é de cassação,
mas, sim, um afastamento até a conclusão da CPI do Hospital”, declarou.
O pedido foi a votação. Por 5x4 foi aprovado o
afastamento provisório do prefeito Fernando Dolenz por 180 dias. Os vereadores
Ariovaldo Robles (PSC), 48, Anita Castilho Camilo Ramalho (PSDB), 60, Júlio
Cezar Zanlorenzi (PMDB), 42, e Israel Marques (PTB), 43, foram contrários a
medida.
O vereador Robles afirmou não ter tido acesso a
nenhum documento da CPI. “Até agora não tem nada que comprove a participação do
prefeito. Portanto, essa votação é nula, já que precisa da aprovação de dois
terço da Câmara, algo que não aconteceu.” O vereador Josué de Pádua Melo
(PMDB), 41, rebateu a afirmação de Robles. “Temos depoimentos de pessoas que
relatam terem recebidos ameaças por telefone. Existe uma interferência do
prefeito. Aliás, ele mentiu ao dizer que Isabela Dolenz era voluntária no
Hospital. Eu quero que as investigações ocorram tudo bem. Eu quero a verdade.”
O vereador Hideraldo Estevam (DEM), 49, também afirma ter recebido ligações de
funcionários que estariam sofrendo “pressões” do prefeito Fernando.
A vereadora Leila diz ter ficado surpresa com o voto
contrário do vereador Júlio, membro da CPI, e o acusou de estar passando
informações sigilosas a terceiros. “Nada é feito sem o consentimento dele nas
investigações. Mesmo sabendo da interferência do prefeito conseguiu votar
contra o afastamento provisório.” O vereador Júlio justificou o voto e se
defendeu da acusação. “Não sei por que está surpresa. Eu já havia adiantado meu
voto. O prefeito não está interferindo em nada. Dificultar
é diferente de coagir. Aliás, os testemunhos dos funcionários são controversos.
Estão usando a CPI para fazer politicagem.”
Segundo o presidente da Câmara, Chrystian Reis
Galvão Coser, 40, o pedido de afastamento provisório do prefeito Dolenz será encaminhado
nesta terça (8) ao Ministério Público. Caberá à Justiça avaliar e decidir a
validade da votação.
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