Tereza
com apenas 12 anos de idade, confeccionou seu primeiro vestido para a
formatura. Logo mais, ao ver o dom que a menina possuía, familiares e colegas
começaram a encomendar peças e mais peças. “Aprendi com a minha mãe a cortar e
costurar. Fazia as medidas com a maior cautela para que não houvesse muitas
imperfeições antes da última prova”, conta.
Adriana
Diniz, a filha mais velha de Tereza, diz que a mãe possui ‘mãos de ouro’ e que
muitos já deixaram de procurar o serviço de costureiras devido ao avanço
tecnológico e as produções em larga escala.
“Infelizmente,
poucas pessoas ainda tem o costume de fazer um vestido, seja ele de noiva ou de
festa. Por medo de não ter o resultado que desejam, mas minha mãe tem o dom e
eu tenho certeza que ela nunca vai perdê-lo”.
No
entanto, a facilidade de comprar roupas prontas não disponibilizam aos
consumidores peças únicas, ou seja, exclusivas. Ao encomendar uma roupa,
escolher os tecidos e o modelo, o comprador, principalmente mulheres, não
correm o risco de ir a lugar e encontrar alguém com o mesmo modelito.
Provavelmente,
você já deve ter ouvido falar na famosa ‘Rua das Noivas’, localizada na rua São
Caetano, na grande São Paulo. Pois é, Tereza esteve lá e pode ter contato com
dois dos maiores estilistas brasileiros, Clodovil Hernandes e Ocimar Versolato.
“A rua São Caetano, entre outras, é visitada por noivas dos quatro cantos do
país. Onde procuram o vestido ideal para a realização de um sonho”, salienta.
A
costureira chegou a São Paulo no ano de 1982, e logo conseguiu um espaço no
ramo de confecções. Ocupou o cargo de modelista por oito anos. “Como eu já
sabia desenhar, cortar e costurar, fiquei responsável por um dos maiores cargos
da loja”, ressaltou.
Atualmente,
a profissional tem o seu próprio ateliê, onde ainda realiza os serviços de
costura, mas também trabalha com a locação de vestidos e ternos. A opção de
trabalhar também com peças para aluguel é proveniente as mudanças de costume da
população, declara Tereza. “Antigamente, as noivas tinham o costume de guardar
o vestido de noiva para si ou até mesmo para que a filha usasse no dia do
casamento. Agora, é diferente, este conceito acabou”, indignasse.
De
acordo com Tereza, o aluguel de roupas se popularizou na década de 90, logo que
voltou para o Norte Pioneiro, em 1997. E assim, seguindo as tendências, teve
que aderir a esta prática para se adequar a concorrência da região.
Quando
voltou para Siqueira Campos, Tereza que também é enfermeira, viu-se diante de
uma situação embaraçosa. Voltar a ser costureira ou trabalhar no hospital da
cidade? “A escolha foi complicada, mas a vontade de costurar falou mais
alto e voltei a produzir minhas peças, mesmo já aposentada”, conta.
Mesmo
com a profissão quase em extinção, Tereza tem a intenção de ampliar ainda mais
o seu negócio e começar a produzir vestimentas masculinas. Ela diz ainda que
não quer deixar a fita métrica de lado e sim continuar com a tradição. “O
vestido sobmedida, ainda sim é a melhor opção para quem procura exclusividade”,
ressalta Tereza.
Em
relação à profissão, as notícias são boas, visto que muitos jovens estão em
busca de profissionalização neste ramo. Para a costureira, basta que os jovens
tenham vontade e paciência para aprender os métodos tradicionais.
“Como
agora é tudo muito rápido e a tecnologia está ao alcance de todos, é possível
sim, que os jovens possam levar essa profissão à diante”, afirma Tereza.
Questionada sobre a quantidade de vestidos que já fez nestes 35 anos, ela
brinca. “São muitos, incontáveis”.
FONTE: Camila Consulin – Jornal Correio
Notícias
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