A
chegada dos meses mais quentes do ano aumenta em até 80% os acidentes com animais
peçonhentos. De novembro a março o risco de ser ferido por escorpiões, aranhas
e serpentes, cresce devido à maior quantidade de chuva. Os esconderijos destes
animais podem alagar e assim eles deixam o local e acabam em contato com o ser
humano.
O
biólogo Dyego Leonardo Ferraz Caetano explica que no caso das serpentes, isto
ocorre devido ao fato de serem animais pecilotérmicos, ou seja, dependem do
aquecimento solar para manter sua temperatura corporal e realizar suas
atividades diárias. “O verão é o melhor período para elas. Nesta época também
há maior disponibilidade de presas porque a reprodução dos insetos é maior nos
meses quentes”.
Ele
conta ainda que o aumento dos acidentes deve servir de alerta para que a
população tome mais cuidados. Lugares com muitas madeiras e abandonados é
propício para a proliferação dos animais. “É essencial utilizar equipamentos de
proteção individual (EPI), como luvas de couro, botas de cano alto e perneiras
sempre que forem a áreas com acúmulo de lixo, serviços de jardinagem,
atividades de limpeza, deslocamentos de móveis, entre outros”, explicou.
De
acordo com Caetano, em caso de encontrar animais peçonhentos em qualquer
situação, a pessoa deve se afastar com cuidado, evitar assustar ou tocar os
animais, mesmo que pareçam mortos, e procurar a autoridade local para
providências. “Informar o maior numero de características do animal pelo qual
foi ferido ou mesmo levar ele morto é importante para aplicação do soro
antiofídico correto”, afirma.
Manter
a casa sempre limpa ajuda a evitar que estes animais apareçam. Em março de 2010
vários moradores do Parque Bela Vista em Jacarezinho encontraram escorpiões nos
quintais. A infestação durou alguns dias até a limpeza de terrenos onde
possivelmente os animais se reproduziam. Mais de 10 escorpiões foram
encontrados em diversas casas do bairro. Em outubro de 2011 o morador da rua
dos Palotinos na Vila Maria, Jesuel Aparecido Andrade, 31 anos, disse que
animais peçonhentos são encontrados com freqüência nas casas da vizinhança. “Já
matei ratos, aranhas e escorpiões aqui em casa”.
Caetano
aconselha que em caso de picada de cobras, as pessoas devem lavar o local
apenas com água e sabão, e procurar socorro médico em um hospital público, já
que os privados não têm soros antiofídicos. “Não é recomendado fazer
torniquete, nem cortes e perfurações no local da picada. As pessoas também não
devem tentar sugar o veneno”.
Ele
explica que a identificação das serpentes peçonhentas no Brasil é feita através
da cabeça do animal. Se houver um orifício (fosseta loreal) entre o olho e a
narina é certeza que é venenosa. No país todas com a fosseta são peçonhentas,
com exceção da coral verdadeira.
Se
a pessoa levar ferroada de escorpião, a primeira medida que deve ser adotada é
a de colocar compressas de água morna sobre a ferida, até a chegada ao serviço
de saúde mais próximo. Em caso de picadas de aranhas e queimaduras de taturanas
é importante não mexer no ferimento e procurar atendimento médico imediatamente.
Grupo JDS Comunicação | FOTOS: Antonio
de Picolli
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