Produtores
que fazem parte do Projeto de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná,
participaram, neste mês de dezembro, de uma missão técnica na Costa Rica. O
país é referência mundial na produção de cafés de qualidade. Além dos
cafeicultores, a comitiva de 14 pessoas foi formada por consultores do
Sebrae/PR, representantes da Associação dos Produtores de Cafés Especiais do
Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP), da UTZ Certified, do Instituo Federal Sul de
Minas (IF) - Campus Muzambinho, da Cooperativa de Cafés Certificados e
Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (COCENPP) e do Instituto Paranaense
de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
O
consultor do Sebrae/PR e gestor do Projeto de Cafés Especiais, Odemir Capello,
explica que na Costa Rica 90% da produção cafeeira estão voltadas para o
segmento de cafés especiais. “Um dos aspectos que mais chamou a minha atenção
foi o sistema organizacional da produção. As cooperativas recebem a
matéria-prima e são responsáveis pela secagem e venda coletiva dos grãos”,
afirma Capello.
Naquele
país, o cooperativismo é muito difundido e cerca de 70% dos cafeicultores são
associados às 30 cooperativas existentes. O professor José Marcos Angélico de
Mendonça, do IF Muzambinho, acrescenta que o associativismo viabiliza a pós-colheita
dos grãos e possibilita a padronização do café de elevada qualidade sensorial.
“O discurso de todas as pessoas envolvidas na produção de café de qualidade
superior demonstra um total alinhamento estratégico dos segmentos da cadeia
cafeeira na Costa Rica.”
A
ênfase na qualidade e não na quantidade conta com o apoio do Instituto do Café
da Costa Rica (ICAFÉ), órgão governamental responsável pela política cafeeira e
pelo suporte técnico à cafeicultura (pesquisa e extensão). Dados do ICAFÉ
apontam que 40% do café da Costa Rica são comercializados com sobre preço no
mercado de cafés de qualidade.
José
de Mendonça destaca que as ações do governo da Costa Rica na manutenção das políticas
cafeeiras naquele país, atuam em toda a cadeia produtiva, da semente à xícara.
“Eles adotam medidas que vão desde as tecnologias que podem ou não serem
implementadas pelos cafeicultores até no valor de venda do café acima do
mercado. As ações são focadas na manutenção da imagem de um país que produz
café de qualidade superior, certificado e produzido com baixo impacto
ambiental”, diz.
O
preço praticado pelos produtores da Costa Rica, em cada região do país, está
acima do valor da Bolsa de Nova York. Além disso, o governo não permite a
exportação de cafés classificados como ‘ruins’ com a marca ‘Costa Rica’. Essas
questões fortalecem o posicionamento do produto no mercado externo.
O presidente da ACENPP, Luiz Roberto Saldanha Rodrigues, relata ainda que uma legislação nacional, que estabelece critérios de monitoramento para o trabalho dos cafeicultores, garante a qualidade superior do produto costarriquenho. Para se ter uma ideia da rigorosidade da legislação, o país foi pioneiro no estabelecimento de limites para poluição de água no processo de lavagem do café. “As entidades que não obedecem aos parâmetros têm a sua infraestrutura fechada”, conta Luiz Saldanha.
O presidente da ACENPP, Luiz Roberto Saldanha Rodrigues, relata ainda que uma legislação nacional, que estabelece critérios de monitoramento para o trabalho dos cafeicultores, garante a qualidade superior do produto costarriquenho. Para se ter uma ideia da rigorosidade da legislação, o país foi pioneiro no estabelecimento de limites para poluição de água no processo de lavagem do café. “As entidades que não obedecem aos parâmetros têm a sua infraestrutura fechada”, conta Luiz Saldanha.
FONTE:
ParanaShop
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